Carlos Chaves Monteiro pede ao Governo que crie um teatro nacional na cidade

O presidente da Câmara da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, desafiou hoje o Governo a criar um teatro nacional na cidade, a partir do teatro municipal, para “realizar o ideal europeu” no interior do país.

Carlos Chaves Monteiro lançou o apelo e o desafio ao Governo e, em particular, à ministra da Cultura “para que dê um sentido efetivo, verdadeiro, real, factual e palpável aos propósitos de descentralização de recursos que presidiu ao lançamento da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses”.

“Senhora ministra da Cultura, doutora Graça Fonseca: crie um teatro nacional no interior [que] promova a qualificação dos recursos humanos, a qualificação dos artistas, a qualificação dos agentes culturais do interior do nosso país”, defendeu o autarca nas comemorações locais do Dia da Europa, realizadas no âmbito da candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027.

“Esse teatro nacional será uma peça fundamental na dinâmica cultural e europeísta da Guarda”, e “será um símbolo de que a prioridade ao interior, anunciada pelo Governo em 2017, na sequência dos incêndios, não é uma falácia que caiu em saco roto”, afirmou.

No seu discurso, o autarca afirmou também que o município pretende afirmar a Guarda como uma cidade intrínseca e assumidamente europeia.

“Pela produção cultural, pela arte, pela literatura, pelos aspetos mais partilháveis da erudição e da sensibilidade, a Guarda pode ser, na verdade, temporariamente, uma capital europeia. Este é, inegavelmente, um dos aspetos mais belos do ideal europeu e do processo europeu: uma cidade média, de um país distante do centro do continente, pode, na verdade, e reconhecidamente, liderar por um período a cultura na União Europeia”, disse.

Carlos Chaves Monteiro reconheceu ainda que o processo da candidatura “é central” para a afirmação da cidade no espaço nacional, transfronteiriço e europeu.

Na sua opinião, a cultura “é uma componente central do processo de aumento da qualidade de vida que está em marcha” na cidade mais alta do país, por isso, a candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027 “irá reposicionar a Guarda como uma nova centralidade nacional e torná-la-á uma estação relevante de alguns roteiros europeus da cultura e da arte contemporânea”.

A candidatura é um projeto regional que envolve 17 municípios e “irá ganhar dimensão transfronteiriça com a adesão das cidades espanholas de Bejar e Ciudad Rodrigo”, rematou.

Na sessão foi apresentada a Comissão de Honra da Candidatura, presidida pela antiga ministra Teresa Gouveia, e foram celebrados protocolos com associações e parceiros culturais.

A Comissão de Honra, que foi apresentada pelo vice-presidente da autarquia da Guarda, Vítor Amaral, integra os nomes de Júlio Pereira (músico), Maria do Céu Guerra (atriz), Olga Roriz (coreógrafa), Válter Hugo Mãe (escritor), Inês Pedrosa (escritora), Rui Costa e Pedro Russo (cientistas), António Lopes (realizador), Carlos Barreto Xavier (músico), entre outros.

Teresa Gouveia, que lidera a comissão hoje apresentada, disse que o sucesso da candidatura “está no seu potencial transformativo”.


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