A Câmara do Sabugal vai proceder à musealização e ao restauro das ruínas de edifícios encontrados no interior do castelo de Vilar Maior durante a realização de escavações arqueológicas.
O projeto, “pioneiro nos castelos da região”, será executado, em outubro, “após a conclusão de trabalhos de iluminação e de melhoria do acesso ao castelo”, que terminam em finais de setembro, segundo Marcos Osório, responsável pelo Gabinete Municipal de Arqueologia do Sabugal. A Câmara Municipal do Sabugal, “em vez de dar nova utilização ao espaço interior” do castelo de Vilar Maior, “optou por manter e reconstituir o que existia, tal e qual o primitivo urbanismo e o antigo uso do recinto fortificado”, explicou. Trata-se de uma solução que o arqueólogo acredita que irá ser “do agrado da população e dos visitantes”. As ruínas “bem preservadas” de diversos edifícios que existiam no interior da fortificação de Vilar Maior foram encontradas durante escavações arqueológicas realizadas nos dois últimos anos, no âmbito do acompanhamento do projeto de melhoria do acesso ao castelo e de colocação de iluminação cénica. A Câmara do Sabugal achou por bem “musealizar e restaurar essas ruínas, para serem admiradas pelos visitantes”, declarou. Segundo Marcos Osório, está a ser criado um plano de intervenção técnica “adequada e segundo metodologia apropriada para reconstruir parcialmente as ruínas, que prevê a conservação de alguns rebocos primitivos das paredes, o alteamento dos muros, o restauro dos troços destruídos e a colocação de gravilhas para criar espaços de circulação e de percursos pelas ruínas”. A intervenção prevista dará aos visitantes “uma leitura fácil da planta e do aspeto que os edifícios tinham naquele tempo”, assegurou. “O visitante do castelo de Vilar Maior poderá não só ver o monumento, mas poderá também observar os restos das primitivas casas existentes no interior, algumas delas que já aparecem desenhadas numa gravura de 1509 feita pelo guarda-mor do rei D. Manuel I, o Duarte d’Armas”, segundo o arqueólogo. Marcos Osório disse à Lusa que os arqueólogos têm em seu poder “um interessante achado” – um prato de faiança do século XVII/XVIII com um brasão de armas pintado -, que após cuidado estudo lhes “irá dar pistas sobre quem residia naquela casa, situada no interior do castelo, na qualidade de Capitão-Mor ou Governador da Praça Militar de Vilar Maior”. “Terá sido no tempo desse homem que os edifícios foram ampliados e passaram a ter um andar superior”, vaticinou. Os edifícios situados no interior do castelo de Vilar Maior “foram posteriormente abandonados e a pedra terá sido levada e reutilizada na aldeia, ficando as ruínas tapadas até aos dias de hoje”, concluiu o responsável.