Em termos práticos, isto significa que cada português foi chamado a pagar uma média de 5500 euros de impostos e contribuições ao longo do ano passado. No início dos anos 2000 esta média per capita rondava os 3700 euros. São mais 1800 euros.
Os portugueses já tinham sentido no seu dia a dia a subida de impostos, sobretudo do IRS, e os dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, vieram comprovar que estavam certos. Em 2013 as receitas fiscais aumentaram 4,5 mil milhões de euros face ao ano anterior, impulsionadas principalmente pelo imposto que incide sobre o rendimento das pessoas singulares. Além de novos limites nas deduções, o IRS foi ainda alvo de um redesenho dos escalões de rendimentos que implicaram uma subida das taxas. Ao mesmo tempo, o Governo decidiu voltar a deitar mão da sobretaxa de 3,5%, o que não sucedeu em 2012.
As receitas de 2013, quando comparadas com o ano anterior, estão ainda influenciadas pelo “perdão fiscal” e pela reposição dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas. O pagamento destes dois meses de remunerações explica, também a subida das contribuições para a segurança social e Caixa Geral de Aposentações e compensou a quebra de emprego então verificada
Tudo isto fez com que a carga fiscal aumentasse 8,1% no ano passado e que o seu peso ascendesse a 34,9% do Produto Interno Bruto, contra 32,4% um ano antes. Trata-se de “um aumento substancial da receita fiscal”, refere o INE, até porque ocorreu num ano em que o PIB em termos nominais aumentou “apenas marginalmente” (0,3%).