Nas previsões de inverno divulgadas hoje, Bruxelas antecipa que Portugal cresça 1,6% este ano, mais 0,1 pontos percentuais do que antecipa o Executivo liderado por Pedro Passos Coelho no Orçamento de Estado para 2015 (OE2015).
Esta estimativa é também superior às anteriores previsões da Comissão: no relatório de Bruxelas relativo à primeira avaliação pós-programa de ajustamento, divulgado em dezembro, o crescimento antecipado era de 1,3% para 2015.
A Comissão também reviu ligeiramente em alta a previsão da subida do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, de 0,9% para 1%, alinhando assim as estimativas com o Governo.
Bruxelas destaca a “recuperação modesta” da economia e das finanças públicas portuguesas, antecipando que essa melhoria se mantenha, acompanhando uma melhoria gradual das melhorias de financiamento e da procura externa.
A comissão recorda que a economia cresceu 0,3% do segundo para o terceiro trimestre de 2014, “conduzida pela aceleração do consumo e investimento privado, ao mesmo tempo que as importações cresceram mais do que as exportações”.
Quanto ao mercado de trabalho, Bruxelas salienta uma “maior incerteza”, afirmando que no ano passado o emprego “melhorou mais rápido do que o PIB”.
“Com o reforço de políticas activas de emprego a tornar-se menos importante, espera-se que o aumento do emprego fique mais alinhado com o crescimento económico”, refere a Comissão.
Nas previsões hoje divulgadas, Bruxelas estima que a taxa de desemprego tenha ficado nos 14,2% no ano passado (contra os 13,9% divulgados na quarta-feira pelo INE) e que, este ano, desça para os 13,4%, em linha com o antecipado pelo Governo.
No que diz respeito à inflação, a Comissão antecipa que suba de -0,2% em 2014 para 0,1% em 2015, mas espera que permaneça baixa devido ao ainda elevado nível de desemprego, a diferença face ao PIB potencial ainda é significativa e os preços do petróleo continuam a cair.
Bruxelas adverte que continuam a persistir riscos que podem influenciar negativamente as previsões hoje divulgadas, relacionadas com a procura externa e o “ainda elevado endividamento no sector privado” que, considera, “podem impedir uma performance de crescimento robusta”.