Pedro Soares falava aos jornalistas durante a apresentação de um encontro nacional organizado pelo partido, a ter lugar no dia 18, na Guarda, para debater os problemas e o futuro das regiões do Interior. O “Encontro do interior – não desistimos de viver aqui!” será realizado no auditório do Paço da Cultura e contará com a presença de Catarina Martins, porta-voz nacional do BE, na sessão de encerramento.
“É aqui [no interior] que [as regiões administrativas] fazem mais falta. Então, que se avance rapidamente e, depois, ao fim de alguns anos, se faça o balanço”, defendeu.
Segundo o dirigente do BE, as comunidades intermunicipais “não são alternativa às regiões e à regionalização”. Por isso, espera que na próxima legislatura “uma nova maioria tenha coragem para resolver” o problema.
Pedro Soares disse também que grande parte do país atravessa um processo “depressivo que está a afundá-lo” e que a situação exige medidas políticas “urgentíssimas”.
Apontou que as políticas públicas têm levado ao encerramento de serviços nas regiões mais desfavorecidas e que é necessário investimento público e privado.
“O investimento público tem vindo a decair nas regiões do interior. Numa faixa tão grande do país que está a ficar despovoada e deprimida em termos económicos, quando se diminui o investimento público, o reflexo no investimento privado é idêntico”, alertou.
Pedro Soares disse que nos últimos anos o investimento público nas regiões do interior foi “brutal” e “quase ficou reduzido a zero”.
No encontro do BE agendado para a cidade da Guarda serão feitas apresentações sobre a demografia, ensino superior, lutas pelos direitos, cultura e turismo no desenvolvimento regional do interior, desafios da agricultura e dos territórios rurais e as autarquias no desenvolvimento do interior.
Marco Loureiro, coordenador distrital do BE na Guarda, explicou que a iniciativa, que reunirá cerca de 100 participantes de todo o país, contará com intervenções de “pessoas de diferentes áreas” que têm “um papel proativo na sociedade e no local de trabalho”.
“É um encontro que vai passar as fronteiras da militância bloquista”, referiu o dirigente na conferência de imprensa de apresentação do evento, referindo que o mesmo reunirá participantes “das regiões que muito tentam batalhar para que continuem a existir”.