Mais de sete meses depois do primeiro aviso da CMVM e da DECO, o Banco de Portugal fechou três falsos bancos que actuavam no país.
As entidades Betexp Corp, Goodsense Investments, também conhecida como Emporio Capital, e Euro-Champions Fund (que funcionava como um fundo de apostas em equipas europeias da Liga dos Campeões), «as quais se apresentavam ao público como prestadoras de serviços financeiros, prometendo altas rentabilidades», estão desde ontem proibidas de exercer qualquer atividade bancária e financeira no país, comunicou ontem o Banco de Portugal. As Betexp, Goodsense, conhecido como Emporio Capital, e Euro-Champions Fund estão associados ao nome de um grande devedor ao fisco Jorge Antero Silva de Queiroz, que surge na lista atualizada dos maiores devedores ao Fisco, ontem publicada. Jorge Silva Queiroz deve, segundo as Finanças, entre 50 mil a 100 mil euros em impostos como contribuinte singular. As sociedades «Betexp Corp – Sucursal em Portugal, a Goodsense Investments Ltd. (atuando, muitas vezes, com a designação de Emporio Capital) e a Euro-Champions Fund Ltd. não são entidades habilitadas a exercer, em território nacional, a atividade de receção de depósitos ou de outros fundos reembolsáveis, ou qualquer outra atividade financeira reservada às instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal», revela o regulador, sete meses depois de a DECO e a CMVM terem alertado. Algumas das empresas em causa captavam depósitos e prometiam juros de 10% ou mais, funcionando em esquema de pirâmide, alertou no ano passado a DECO. «As rentabilidades [taxas de juro] prometidas são pagas pela entrada de capital de novos investidores, e não por algo produtivo que gere riqueza. Quando as novas entradas de dinheiro forem inferiores às responsabilidades assumidas, os pagamentos começam a atrasar-se até deixarem de ser feitos», explicou a DECO logo no início de julho do ano passado. A CMVM tinha feito um aviso dias antes. A 28 de junho, o supervisor do mercado de capitais alertava «para o facto de a Goodsense Investments e a Emporio Capital não estarem autorizadas a desenvolver qualquer atividade de intermediação financeira em Portugal». As três empresas captavam poupanças de famílias e/ou empresas, prometendo-lhes depois taxas de juro muito elevadas.