Assunção Cristas diz que redução na captura de peixe em 2014 era “expectável”

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A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, admitiu, na Guarda, que a redução da quantidade de peixe fresco e refrigerado capturado pela frota nacional em 2014, considerada a menor desde os últimos 45 anos, era “expectável”.

“O que eu lhe posso dizer é que seria expectável, dadas as dificuldades que nós enfrentamos nessa matéria”, disse a ministra Assunção Cristas à agência Lusa, na Guarda, onde foi entronizada confreira pela Confraria do Azeite.

A quantidade de peixe fresco e refrigerado capturado pela frota nacional em 2014 foi a menor desde os últimos 45 anos, com um decréscimo de 17,1% face ao ano anterior, segundo as estatísticas da pesca divulgadas na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O INE acrescenta, no entanto, que esta redução significativa da quantidade foi mais do que compensada pelo aumento também significativo do preço, que cresceu 19,1% face a 2013, correspondendo a um preço médio do pescado em lota de 2,02 euros/quilos (1,70 euros em 2013).

A frota nacional pescou 119.890 toneladas de peixe em 2014, a menor quantidade desde que existem registos sistemáticos (1969), agravando o défice da balança comercial dos produtos de pesca em 44 milhões de euros, num total de 662,5 milhões de euros.

O decréscimo em volume deveu-se à menor captura de peixes marinhos (-19,2%) no Continente, sobretudo de sardinha, que sofreu uma quebra de 42,8%.

Questionada sobre o assunto, na cidade da Guarda, à margem da iniciativa da Confraria do Azeite, a ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, não teceu mais comentários, referindo que no dia de hoje lhe interessava “falar do azeite” nacional.

“Azeite tão bom para os nossos pratos tradicionais, tão bom para acompanhar o nosso peixe grelhado, tão bom para as nossas tibornas, tão bom para o nosso bacalhau feito à maneira portuguesa, isso, de facto, é o que nos interessa sinalizar hoje”, disse.

Assunção Cristas aludiu ainda a uma cerimónia realizada na Sé da Guarda, onde foi evocado o azeite “que faz parte da nossa cultura bíblica e cultura religiosa, seja o pauzinho da oliveira como símbolo da paz, seja o azeite que ilumina e que está nas almotolias, seja o azeite que é utilizado para fazer o pão e é um alimento básico desde sempre da nossa cultura”.


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