Associação alerta para degradação do património da antiga vila do Jarmelo

A Associação Cultural e Desportiva do Jarmelo, na Guarda, alertou hoje para a degradação do património da antiga vila, onde ruiu parte da muralha, e pediu a intervenção das autoridades para corrigir a situação.

Em nota esta segunda-feira enviada à agência Lusa, a direção da associação denuncia que “parte do troço das muralhas do Castro do Jarmelo voltou a ruir na semana passada”.

“Dia após dia, as estruturas edificadas ainda visíveis no local vão-se degradando, sem que, alguém ou alguma instituição, com poderes para tal, intervenha para o evitar”, acrescenta.

A mesma associação aponta ainda que se verifica no local, desde “longa data, a falta de sinalética e de painéis informativos que permitam um conhecimento mais profundo do património por parte dos seus visitantes”.

“Para quando uma intervenção de fundo no Castro do Jarmelo, que permita um melhor conhecimento da sua história e uma melhor informação aos seus visitantes?”, questiona, referindo que “conhecer, preservar e divulgar património também é promover o Turismo”.

Segundo a coletividade, o Castro do Jarmelo encontra-se classificado como imóvel de interesse público desde 1953 e muitos são os motivos de interesse turístico ali existentes: muralha da antiga vila, igreja de São Miguel, igreja de São Pedro, capela de Santa Cruz, fontes de mergulho, sepulturas rupestres e cruzeiros.

A associação lembra que, em 2007, a Câmara Municipal da Guarda avançou com o projeto “Patrimonium, estudo e valorização do património da Guarda”, que permitiu intervenções na Torre de Menagem e na estação arqueológica da Póvoa do Mileu, na cidade da Guarda, e nos castros do Tintinolho e do Jarmelo.

“Por essa altura foram realizadas algumas escavações arqueológicas no Castro do Jarmelo, bem como a limpeza e recuperação de parte da sua muralha e de algumas estruturas edificadas contíguas. A restante muralha e território classificado não foi objeto de quaisquer trabalhos de conservação e valorização”, recorda.

Acrescenta que, em fevereiro de 2009, verificou-se a derrocada de parte da muralha anteriormente recuperada, mas a sua reposição aconteceu em maio de 2012.

“Desde essa data não voltou a acontecer qualquer outra intervenção no Castro do Jarmelo no sentido da sua preservação, valorização e conservação”, denuncia.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, questionado hoje pela Lusa sobre o assunto, disse lamentar que a Associação Cultural e Desportiva do Jarmelo tenha emitido uma nota para a comunicação social e que não tenha dado conhecimento da situação à autarquia.

“Se a associação acha que deve haver [mais atenção para o património], eu assino por baixo”, disse, referindo, no entanto, que desconhece “em absoluto” a situação denunciada e que espera que a coletividade “diga de sua justiça com a câmara”.


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