Para assinalar os 20 anos de atividade, a Sociedade Ponto Verde (SPV) realça, numa informação enviada à agência Lusa, a alteração gradual dos hábitos dos consumidores, depois de campanhas de sensibilização e educação ambiental nas quais investiu 50,7 milhões de euros.
“Há precisamente 20 anos, com a constituição da SPV, arrancava em Portugal a reciclagem de resíduos de embalagens, marcando de forma definitiva uma mudança na política de ambiente no país”, salienta.
Os hábitos dos portugueses foram mudando e “hoje já se pode dizer que Portugal tem das infraestruturas mais evoluídas do mundo em termos de valorização de resíduos”, considera a entidade gestora de lixo de embalagens.
Segundo dados da SPV, 71% dos portugueses já reciclam, ou seja, sete em cada 10 lares separa as embalagens usadas, e todos os portugueses têm acesso à deposição seletiva, com uma rede com 43 mil ecopontos.
“Estes resultados só são possíveis graças ao gesto diário de toda a população que separa os seus resíduos de embalagem e os encaminha para reciclagem através das infraestruturas disponibilizadas pelos municípios e sistemas de recolha, nomeadamente os ecopontos e os sistemas porta-a-porta. Os portugueses estão todos de parabéns”, considera o diretor-geral da SPV, Luís Veiga Martins, citado na informação.
Além do investimento na educação dos consumidores, a entidade diz ter destinado dois milhões de euros ao apoio a ações de comunicação local através dos sistemas municipais e autarquias aderentes ao sistema Ponto Verde, um milhão de euros a projetos de responsabilidade social e mais de dois milhões de euros a investigação e desenvolvimento.
Para Luís Veiga Martins, “o retorno ultrapassa largamente o investimento realizado, na medida em que permitiu desviar de aterro o equivalente ao peso de 12 elefantes por hora e acabar com as 311 lixeiras existentes a céu aberto em Portugal, em 1996”.
Segundo o responsável, “a SPV vai continuar a transformar resíduos em recursos, inspirando uma atitude positiva relativamente aos resíduos e ao ambiente, e a estimular empresas, canal Horeca [hotéis, restaurantes e cafés] e Governo a rever o seu comportamento e transformá-lo sempre que necessário”.