“Estamos expostos a este perigo [central e armazém de resíduos nucleares], o que, para nós, representa algo muito nocivo. Estamos a ser altamente prejudicados com esta exposição”, disse à agência Lusa o presidente deste município do distrito de Castelo Branco.
O governo espanhol deu autorização à construção de um armazém para resíduos nucleares na central de Almaraz, localizada a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa, através de uma resolução da Direção-Geral de Política Energética e Minas do Ministério da Energia.
O autarca mostrou-se descontente com a decisão do Governo espanhol de construir um “cemitério de resíduos nucleares” a 100 quilómetros da fronteira e recordou que Idanha-a-Nova é o concelho que tem maior área de fronteira.
“Isto obviamente que nos afeta de uma forma muito negativa, até porque estamos a investir na economia verde. Daí termos que continuar a lutar”, frisou.
Armindo Jacinto sublinhou que a autorização para a construção do armazém de resíduos nucleares “é um claro certificado” para o prolongamento de vida de uma central “que já devia estar desativada”.
Adiantou ainda que é preciso continuar a agir para contrariar esta decisão do Governo espanhol e manifestou-se satisfeito com a postura assumida pelo Governo português, através do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
O autarca de Idanha-a-Nova recordou que a própria opinião pública espanhola, sobretudo da Extremadura, “está contra” a construção do armazém de resíduos nucleares em Almaraz.
“Além de nos continuarmos a insurgir, já estamos a preparar uma reunião que irá decorrer em Idanha-a-Nova o mais breve possível e que irá juntar especialistas europeus e eurodeputados dos dois países”, disse Armindo Jacinto.