O ministro da Agricultura anunciou que o processo de pagamento de subsídios aos agricultores “está praticamente encerrado”.
“O processo está praticamente encerrado. De 115 candidaturas que existiram nessa sequência, faltam apenas três para pagar”, adiantou António Serrano aos jornalistas, à margem de uma jornada de reflexão sobre “Agricultura e Desenvolvimento Rural no distrito da Guarda”, realizada pelo Governo Civil da Guarda no Sabugal.
O governante indicou que as candidaturas apoiadas, num total de 265 mil euros, “há cerca de três mil euros para regularizar, que serão regularizados na próxima semana”.
“Portanto, desse ponto de vista, o assunto está resolvido”, garantiu o titular da pasta da Agricultura.
António Serrano assumiu que “não é com as verbas que [os agricultores] certamente receberam do resultante da tragédia do final de agosto e de setembro, que eles vão endireitar a sua vida”.
“O que se tratou nessa medida foi compensar e tentar ajudar a recuperar perda de rendimento que as pessoas tiveram com esse flagelo”, apontou.
O presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, disse à Lusa que os incêndios do ano passado causaram prejuízos avaliados pela autarquia em “10 milhões de euros” e afetaram “mais de 100 agricultores” do concelho.
As chamas destruíram cerca de 12 mil hectares de área que corresponde “quase a um sétimo da área do concelho”, indicando que “houve muitos agricultores que ficaram sem uma vida de trabalho”.
O autarca disse que as associações florestais e os agricultores afetados apresentaram candidaturas para ajudas do Estado, no valor de 600 mil euros mas apenas foi atribuída a verba de 265 mil euros que considera “um esforço que não é suficiente”.
“Nunca é suficiente mas também não podemos andar constantemente na situação da subsídio dependência”, disse António Robalo, que acredita no futuro do setor agrícola no seu concelho.
Joaquim Moreira, agricultor residente na Freguesia de Sortelha, umas das mais afetadas pelos incêndios de 2009, disse à Lusa que possui 150 ovelhas e 30 vacas.
Contou que apresentou uma candidatura às ajudas do Estado mas “até ao momento ainda não obtive resposta”.
“Prometeram-nos uma ajuda de 50 euros por ovelha e de 100 euros por cada vaca que ainda não chegaram”, disse, mostrando-se esperançado “em receber alguma verba”.
O agricultor lembrou que ficou sem alimento para o gado e que na ocasião lhe valeu “a ajuda da Câmara do Sabugal” que lhe deu “uma ajuda preciosa em feno para o gado”.