A União Europeia deve apoiar mais claramente a fileira da cortiça

Sobreiro: um grande potencial em degradação “A União Europeia é a maior exportadora mundial de cortiça e os montados de sobro do Sul da Europa constituem a primeira barreira contra o avanço da desertificação.” – afirmou Ribeiro e Castro, ao interpelar a Comissão Europeia quanto às orientações da política comunitária no sector.   O deputado […]

Sobreiro: um grande potencial em degradação

“A União Europeia é a maior exportadora mundial de cortiça e os montados de sobro do Sul da Europa constituem a primeira barreira contra o avanço da desertificação.” – afirmou Ribeiro e Castro, ao interpelar a Comissão Europeia quanto às orientações da política comunitária no sector.
 
O deputado democrata-cristão português recorda que “a floresta de sobro ocupa, a nível mundial, uma área de 2,3 milhões de hectares, da qual se extrai anualmente cerca de 340 mil toneladas de cortiça”, sublinhando que “é em Portugal que se concentra mais de 33% da área mundial, seguindo-se a Espanha com 22%, alguns países do Norte de África com 37% (Marrocos, Argélia e Tunísia), a França e a Itália, com os restantes 8%”. Por outro lado, destacou como, “além do valor económico, o sobreiro tem alto valor ambiental, sendo das espécies florestais mais adaptadas para resistir aos fogos e às secas”, destacando ainda o seu “grande potencial para combater e prevenir a ameaça de desertificação ambiental, social e económica de vastas regiões europeias”.
 
José Ribeiro e Castro lamenta que, “paradoxalmente, o sector esteja a atravessar uma crise persistente, ressentindo-se de grande desinteresse técnico-político”. Prosseguindo, denuncia que, “em Portugal, é evidente a degradação dos montados, a diminuição da produção é significativa, é altíssimo o insucesso em novas plantações e o rendimento hectare/ano é muito baixo, com tendência para se agravar”. Ao mesmo tempo, critica o facto de “nada ser feito, ao nível das políticas públicas, para contrariar práticas de cartelização e de domínio do mercado que prejudicam os subericultores” e de, “após insistentes reclamações, continuar a não haver no nosso país um único organismo responsável pela respectiva fileira”.
 
O eurodeputado português questiona ainda a Comissão sobre os motivos por que, “apesar de a cortiça formada nos sobreiros fixar quantidades significativas de CO2, o respectivo sequestro de carbono não é sequer devidamente considerado na contabilização das nossas florestas” e lastima que “as potencialidades de expansão dos montados de sobro estejam a ser negligenciadas na União Europeia”.
 
Ribeiro e Castro, que, amanhã, sexta-feira, 13 de Fevereiro, reúne, em Lisboa, com a Confraria do Sobreiro e da Cortiça, quer saber da Comissão Europeia qual é a visão do executivo comunitário sobre a “situação actual do sector da cortiça na UE, nos países do Sul e em Portugal”, bem como o “grau de prioridade que lhe atribui”, e pretende ver melhor divulgadas “as recomendações ou orientações que a Comissão já formulou ou está disposta a adoptar com vista a combater e vencer os problemas que afectam esta importante fileira florestal”. O deputado europeu convida também a Comissão a divulgar “a avaliação que faz da política portuguesa no sector corticeiro e dos instrumentos de que actualmente dispõe em Portugal” e, bem assim, “como os compara com a situação noutros países da UE”. Por último, desafia o executivo de Bruxelas a “reforçar os apoios à renovação e ao desenvolvimento dos montados de sobro, assim como ao maior dinamismo do sector”.
 
De: Deputado José RIBEIRO E CASTRO

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