A interpretação das “lógicas” e dos sistemas implícitos ao comércio internacional contemporâneo decreta que se computem, para além das motivações tecnológicas, dos arquétipos de verbas e dos contextos de qualidade dos recursos na atmosfera concorrencial, as estruturas e disposições não concorrenciais de mercado.

Na verdade, existem, assumindo até um papel de relevância no meio internacional, estruturas de mercado em que os agentes não são triviais “expugnadores” de preços. Será que no seio destas conjunções, e de modo a auxiliar o entendimento da própria realidade, não se empregam os recursos teóricos primários da microeconomia?

As economias de escala, tanto do tipo interno, como externo, agasalham uma função extremamente pertinente para fundamentar as dissemelhantes estruturas de mercado caseiras e internacionais. O conceito de economias de escala acaba por referir-se a uma classificação ou categorização para o género de comportamento dos custos com o qual uma determinada organização se defronta à medida que a sua hierarquia ou índice de produção variega. As empresas devem, em formatos constantes, seleccionar os seus insumos, de forma a encurtar os custos para as diversas escalas de produção. Os insumos podem ser saboreados como o conjunto de elementos que entra na produção de bens ou serviços. Será que não é importante uma análise rigorosa da concorrência monopolística? Será que não é fundamental conhecer o impacto da mesma sobre o comércio nacional e internacional? Será que os “pensadores” já discutiram correctamente e proficuamente o conceito de dumping? Será que o dumping não é a prática de venda de bens e serviços no exterior a preços subalternos aos executados na economia doméstica?

As economias de escala são de chancela interna quando o abatimento de custos é constituído à medida que a escala de produção se amplifica, dependendo exclusivamente de configurações internas à organização. Na presença de economias de escala internas, as organizações conseguem, com o aumento da sua escala produtiva, circunscrever e diminuir os seus custos, bem como confeccionar produtos mais baratos e competitivos. As economias de escala são externas quando a diminuição de custos para a empresa resulta do incremento na dimensão da indústria, conjunto de empresas, habitualmente coligada ao abaixamento nos preços dos insumos quando desfila um número elevado de fornecedores.

Neste contexto, as economias de escala aguilhoam e despertam a especialização, conglobação e concentração na produção. Na verdade, as empresas, em vez de produzirem vários produtos em escala inferior, perceberam que a produção de um único produto, sob os brasões das economias de escala, acaba por ser uma alternativa bastante mais interessante e rentável. Será que a existência das economias de escala, internas e externas, não outorga fundamento e “raciocínio” a uma espécie de comércio que não necessita de ser apoiado nas vantagens comparativas?

Através das vantagens comparativas, um determinado País propende a exportar os bens ou serviços para os quais tenha custos de produção inferiores, importando os outros conjuntos de bens. Será que este paradigma de comércio não embrulha permutas e convenções com bens diferentes, produzidos em indústrias distintas?

Por sua vez, o comércio alicerçado em economias de escala depende essencialmente da existência de procura suficiente para fundamentar a produção especializada, de produtos discernidos e em ampla escala. As economias de escala internas costumam “temperar” estruturas de mercado com um reduzido número de fabricantes, actuando em escalas bastante volumosas. As economias de escala externas estão habituadas a embalar indústrias corpulentas, não obrigatoriamente constituídas por empresas gigantescas e invulgares. Será que não é exequível a existência, em fisionomias simultâneas, de economias de escala internas e externas?

Uma economia fechada, aproveitando as economias de escala, não aconchegaria requisitos para produzir todos os desiguais bens de uma indústria. A multiplicidade seria balizada pela procura doméstica e os custos de produção seriam significativamente mais elevados, uma vez que as escalas seriam menores. Logo, com o alargamento dos mercados transferido pelo descerramento comercial torna-se praticável a especialização mais visceral, produzindo cada Nação uma exígua diversidade de bens semelhantes, mas diferenciados, em larga escala e a custos reduzidos. Será que a heterogeneidade dos bens disponíveis aos consumidores não ampliaria através das importações?

O desenvolvimento da indústria pode envolver e originar decrescimentos de custos para as organizações por várias razões, de entre as quais se destacam: os “ajuntamentos” da mão-de-obra; os ininterruptos derramamentos tecnológicos; e a especialização dos fornecedores de insumos.

Uma disposição de mercado é apelidada de concorrência imperfeita quando os actores envolvidos não são tomadores de preços de modo intencional, conseguindo influenciar os preços de mercado com as suas actuações, interpretações e procedimentos. Referir também que a estrutura de concorrência imperfeita é bastante semelhante às circunstâncias de mercado realistas, nas quais alguns concorrentes monopolistas, monopólios e oligopólios existem e avassalam os contextos de mercado.

O conjunto dos elementos da estrutura do mercado compreende o número, a distribuição e o tamanho das empresas, bem como as condições de entrada e a extensão da diferenciação dos seus produtos. Os acontecimentos extremos de concorrência imperfeita são frequentemente associados ao monopólio, no qual existe unicamente um vendedor no mercado, e ao monopsónio, mercado em que há apenas um comprador para os produtos de vários vendedores. Salientar também que o número de actores ou agentes envolvidos é relevante, contudo não é argumento suficiente para que os mesmos consigam “advogar” nos preços de mercado. Na realidade, quando um monopolista se defronta com uma procura completamente “preço-elástica” não tem poder de mercado absolutamente nenhum. Referenciar que a elasticidade-preço da procura acaba por constituir uma medida que assinala a sensibilidade da procura face às metamorfoses no preço de um bem, preservando todos os outros objectos e configurações constantes. No que toca à oferta, entre a concorrência perfeita e o monopólio encontram-se duas outras contexturas de mercado “emblemáticas”, ou seja a concorrência monopolística e os oligopólios.

Podemos certamente referir que os lucros económicos do monopolista são “insólitos”. Na verdade, os mesmos ultrapassam a rentabilidade modelar extraída do uso concorrencial dos recursos. Portanto, há um incentivo ao ingresso de organizações neste mercado, procurando co-participar nestes lucros “anormais” e de certa forma irregulares. Nos monopólios, enquanto os obstáculos à entrada e saída forem espessos, os ganhos anómalos do monopolista poderão ser defendidos e conservados. Se, porventura, as trincheiras forem “abreviadas”, a chegada de novas empresas será uma certeza. Os réditos oriundos do monopólio têm a tendência de encurtar ao longo do tempo, porém o interesse dos principiantes neste mercado somente pára de existir quando os lucros económicos se esfumarem completamente.

Na concorrência monopolística, os intervenientes do mercado aquartelam um monopólio perfunctório que sobrevive enquanto os consumidores observarem e compreenderem os produtos como diferenciados. Como as “portagens” à entrada costumam ser relativamente franzinas, a imitação e a reprodução dos produtos que tenham diferenciais lucrativos fazem com que os preços reduzam, podendo acarretar, em derradeira condição, a saída de alguns agentes do mercado e a supressão dos lucros derivados do monopólio. Será justo afirmar que esta estrutura de mercado instiga e tem adjacente a chegada constante de inovações, invenções, criatividades e produtos diferenciados, na medida em que são estes factores de diferenciação que fundamentam os lucros de curto-prazo.

A imoderação na diferenciação pode impossibilitar a utilização de economias de escala, provocando índices de diferenciação desmesurados. Todavia, o comércio internacional, amplificando as extensões e comensurações dos mercados consumidores, pode compendiar e abreviar o problema relativo ao excesso de diversificação e aperfeiçoar os resultados positivos provenientes das economias de escala.

O comércio intra-industrial pode ser interpretado como a presença sincrónica de exportações e importações de bens que pertencem a uma mesma indústria. Estas “correntes” comerciais simultâneas podem ser coligadas à especialização em dissemelhantes “sucessões” de qualidade ou confederadas à especialização em algumas multiplicidades. O comércio intra-industrial, ao desnecessitar de condições que fundamentem as vantagens comparativas, acaba por poder ser concretizado entre Países estruturalmente semelhantes. Referir que boa parte do comércio que existe entre Países Desenvolvidos agasalha o paradigma intra-industrial. Este género de comércio não tem encadeamentos relevantes naquilo que toca à redistribuição de receita interna entre os Países que o adoptaram. Os sectores agraúdam em todos os Países intervenientes, embora com formatos especializados em determinados produtos. Será que um exemplo representativo desta conjunção não é aquilo que sucede na União Europeia? Será que a especialização na produção, decorrente do comércio intra-industrial, escolta algum arquétipo precedentemente definido ou estabelecido? Será que a verosimilhança de que um determinado País se particularize na produção de uma diversidade de um bem não depende muito da sua condicionalidade histórica?

As Nações que principiarem prematuramente a especialização de um determinado produto, sempre que o mesmo aquartele uma desafogada procura internacional, compreenderão, através das economias de escala, as vantagens concorrenciais que irão ter sobre as outras.

A conduta de dumping, como já referi anteriormente, está intimamente ligada à marginalização internacional de preços, mediante a qual o preço do produto no mercado importador é fixado por baixo daquele que é praticado no mercado do País de origem. Na realidade, trata-se de um procedimento de circunferência comercial condenado pelos cânones de boas práticas do comércio internacional. Somente quando existe alguma indústria ou organização doméstica no País importador que se aperceba e se sinta maleficiada pelo dumping, é que o assunto costuma adquirir algum destaque. Será que o interesse e a robustez, por parte das autoridades domésticas competentes, são suficientes para combater a prática do dumping? Será que a prática de dumping não pode estar associada à conveniência de alienar “acidentais” e imprevisíveis remanescentes produtos domésticos, sem diminuir os preços praticados no mercado de origem? Será que a mesma não pode constituir uma estratégia, para algumas empresas, de entrada em determinado mercado, conquistando participação considerável e respeitável ou escorraçando os competidores já presentes?

 

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.