A fusão da PT com a Oi já tem uma procura maior que a oferta e o preço final das ações será definido hoje pela Comissão de Valores Mobiliários, apurou o DN junto de fontes do mercado.
A operação tem contornos especiais porque, apesar de não ser uma IPO (oferta inicial de ações), vai emitir quase três vezes as ações que a Oi tem presentemente, significando uma transação que oscilará entre os 7 e 8 biliões de reais (2,25 a 2,5 mil milhões de euros, aproximadamente) e dispersará a maioria do capital em bolsa.
No futuro surgirá uma empresa com um ‘enterprise value’ de cerca de 65 biliões de reais (21 mil milhões de euros), uma das 20 maiores do mundo.
Esta colocação surge num momento em que várias operações de fôlego bolsista têm sido canceladas na América Latina e é o culminar de um trabalho de atração de investidores descrito como “muito duro” por especialistas financeiros que avaliam as condições de conjuntura em que se desenvolve a operação.
A própria economia brasileira está a ser afetada pelas incógnitas que levaram Jim O’Neill, o economista que inventou o acrónimo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China, a que mais tarde se juntou a África do Sul, para se referir aos países com maior potencial de çrescimento), a indicar agora os MINT (México, Indonésia, Nigéria e Turquia) como aqueles nos quais a atividade económica tem maiores perspetivas de desenvolvimento.
Por isso mesmo, a operação PT/Oi tem procurado atrair fundos norte-americanos e europeus que há cerca de 20 anos têm acreditado nos sucessivos projetos liderados pelo presidente-executivo da empresa, o português Zeinal Bava.
Se os prazos do prospeto da operação forem cumpridos, a oferta pública de 5,7 milhões de ações da Oi começam a ser negociadas em Nova Iorque amanhã e no Brasil no dia seguinte.
Segundo sabe o DN, a empresa que vai nascer desta fusão ente a PT e a Oi terá, no curto prazo, uma gestão subordinada a quatro eixos principais: desenvolvimento de sinergias, controlo de custos, manutenção dos investimentos programados (cerca de 5 mil milhões de reais) e venda de ativos não estratégicos.