José Sócrates lança última obra
O Regadio da Cova da Beira ficará concluído dentro de um ano. O primeiro estudo da obra data de 1957, precisamente o ano em que nasceu o primeiro ministro que se deslocou à região para inaugurar a central mini-hídrica de produção de eletricidade do Meimão, no concelho de Penamacor.
Por: Agência Lusa
21 de Julh de 2010 às 20:09h
Todos os trabalhos do Regadio da Cova da Beira vão ficar concluídos em agosto de 2011, anunciou o primeiro ministro José Sócrates, que espera agora que os proprietários se associem para ganharem escala internacional.
José Sócrates falava esta quarta-feira, dia 21 de Julho, na inauguração da central mini-hídrica de produção de eletricidade do Meimão, no concelho de Penamacor, uma das últimas obras do regadio.
A central está instalada na conduta que liga a Barragem do Sabugal à rede de rega.
Na mesma cerimónia, o primeiro ministro procedeu à consignação do último bloco do regadio, da Fatela, a construir no concelho do Fundão.
José Sócrates recordou que o pedido da Câmara da Covilhã para que o governo estudasse a construção de um regadio foi feito em 1957, o ano em que o que ele próprio nasceu.
Uma alusão à sua data de nascimento, para concluir que, “já está na hora de o acabar”.
“Sinto que sou de uma geração que finalmente fez o regadio, não seremos uma geração que mais uma vez adiou o Regadio da Cova da Beira”, destacou.
“Temos água, o que falta agora é área de cultivo com dimensão”, destacou o presidente da Câmara de Penamacor, Domingos Torrão, alertando para o problema da dispersão dos terrenos por vários proprietários.
A dimensão média das propriedades “é de cerca de um hectare”, disse à Agência Lusa o presidente da Associação de Regantes, António Gomes, o que impede que haja explorações agrícolas com uma escala rentável.
Mas José Sócrates espera que “com a chegada da água” os agricultores “se associem e a dimensão da propriedade agrícola seja maior para ser mais competitiva e para que possa concorrer nos mercados internacionais”.
Para o ministro da Agricultura, António Serrano, não há mesmo outra via senão a associação entre agricultores. “Quando o Estado investe 320 milhões de euros [em todo o regadio], todos temos que ter vontade para usar o que aqui está”.
“Julgo que os agricultores estão disponíveis para ajudar nesta matéria, não há outra via”, sublinhou, reconhecendo que as taxas de adesão aos regadios públicos estão aquém do desejado.
“É um problema dos regadios públicos, temos taxas de adesão que não são muito grandes. Compete ao Estado trabalhar em conjunto com os agricultores e resolver a situação”.
“Nestas zonas com áreas mais reduzidas o trabalho a desenvolver é maior”, acrescentou, mas acredita que “através de associações e vários outros instrumentos encontremos dispositivos adequados”.
Segundo a Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, o investimento global atualizado no Regadio da Cova da Beira é de cerca de 320 milhões de euros e com a conclusão das obras na campanha de rega de 2012 ficarão beneficiados pelo regadio 12 360 hectares de terrenos, envolvendo 1653 agricultores.
A área a beneficiar envolve 29 freguesias dos concelhos de Sabugal, Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico