Economia
Quase 40 por cento do volume de negócios da actividade agrícola em 2010 (1,4 mil milhões de euros) foi gerado por apenas 1,9 por cento das empresas, segundo um estudo do Instituto Nacional de Estatística.
Em 2010, mais de 98 por cento das cerca de 44 mil empresas agrícolas portuguesas continuavam a ser pequenas explorações familiares, com menos de dez pessoas ao serviço.
Estas pequenas empresas obtiveram nesse ano 2,4 mil milhões de euros das receitas, cerca de 60 por cento do total, revela o estudo sobre “Actividade das empresas Agrícolas entre 2004 e 2010”, divulgado na quarta-feira.
Ainda assim, a produção da actividade agrícola aumentou 2,7 por cento entre 2004 e 2010 e o volume de negócios gerado pelo sector em 2010 (3,8 mil milhões de euros) cresceu mais de 13 por cento face a 2004.
Neste período, aumentou o número de empresas constituídas como sociedades em detrimento das individuais.
As empresas agrícolas apresentaram, segundo os dados do INE, “indicadores de competitividade claramente superiores ao valor global das explorações agrícolas: em média são quatro vezes mais produtivas e têm uma dimensão média (63 hectares) semelhante à das explorações dos países com agriculturas mais competitivas.
O INE destaca ainda que o peso do valor acrescentado por cada unidade produzida neste sector de actividade foi de 23 por cento, abaixo do valor verificado para o conjunto do sector não financeiro, sendo o peso dos consumos intermédio na produção bastante superior aos do restante sector empresarial não financeiro.
“No caso concreto da Agricultura, esta situação resulta do elevado peso que os consumos intermédios assumem, sobretudo a alimentação animal e os combustíveis, tendo-se assistido ao aumento do preço destes factores de produção nos últimos anos”, salienta o documento do INE.
O documento acrescenta que “o custo dos meios de produção teve um impacto bastante negativo na actividade agrícola, dado que a evolução do preços da produção não acompanhou o aumento daqueles”.
Fonte: Lusa in Agroportal