Passos e Rajoy uniram-se no apelo à promoção em Bruxelas de “todas as medidas necessárias” para fomentar o crescimento.
Segundo a declaração final da XXVIª Cimeira Ibérica, que decorreu hoje em Madrid, os governos português e espanhol afirmam que as medidas europeias de estímulo serão uma «alavanca para assegurar o impacto positivo das reformas e ajustamentos levados a cabo pelos Estados-membros». «Neste contexto, urge criar as condições para assegurar o investimento na economia, sendo especialmente importante o apoio às pequenas e médias empresas, assim como às microempresas, nomeadamente através do Banco Europeu de Investimento (BEI) e dos instrumentos disponíveis para tal», afirma o documento, ao qual a agência Lusa teve acesso. Os dois líderes afirmam ainda que houve «convergência» entre os respectivos pontos de vista sobre o rumo a seguir pela União Europeia no combate à crise, notando que existem «vantagens» para uma continuada concertação de posições entre os dois países e o «estabelecimento de novos âmbitos de cooperação». Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy reiteram entretanto «o seu compromisso com a estabilidade da economia e da moeda única, que implica que os Estados-membros prossigam os seus esforços nas reformas e ajustamentos, assim como a acção decidida pela União Europeia no seu conjunto». Relativamente ao projeto da união bancária europeia, os governos ibéricos pediram a Bruxelas para que «se avance decididamente nos próximos meses» para este objetivo, de modo a «evitar a fragmentação do mercado, que impede condições equitativas de financiamento para as empresas em toda a UE». O documento sublinha ainda que o futuro das economias nacionais e da União no seu conjunto tem que estar baseado num «modelo de crescimento forte, diversificado e sustentável, que sirva como fonte de geração de emprego, de capital humano, investimento e de inovação». Em consequência, Passos Coelho e Rajoy consideram ser necessário promover a nível europeu uma «política de competitividade, estabelecendo um quadro regulatório pró-competitivo e adotando reformas estruturais que fortaleçam e flexibilizem os nossos tecidos produtivos e lancem as bases para eliminar os nossos principais desequilíbrios económicos». A XXVIª Cimeira Ibérica decorreu hoje durante menos de cinco horas na capital espanhola, estando presentes, para além dos primeiros-ministros dos dois países, quinze ministros, entre os quais o MNE Paulo Portas, Pedro Aguiar-Branco da Defesa, Miguel Macedo da Economia, Álvaro Santos Pereira da Administração Interna e Mota Soares da Segurança Social.