Destruição de riqueza foi mais acentuada do que o inicialmente previsto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A economia nacional contraiu mais no primeiro trimestre do que o inicialmente previsto. O INE divulgou há momentos que a taxa de variação homóloga do Produto Interno Bruto (PIB) cifrou-se, em termos reais, em -4%, o que compara com -3,8% no trimestre anterior. A recessão em Portugal prolonga-se assim pelo nono trimestre consecutivo. Já a variação do PIB em cadeia foi de -0,4% nos primeiros três meses de 2013. Ambas as medidas representam revisões em baixa de 0,1 pontos percentuais face às estimativas iniciais do instituto. Estes números surgem uma semana após a apresentação do Orçamento Retificativo e podem desafiar as metas então avançadas pelo executivo de Pedro Passos Coelho, que apontam para uma contração da economia nacional de 2,3% em 2013. A OCDE, por exemplo, já espera uma diminuição do produto de 2,7%. A contracção do PIB nacional em termos homólogos supera em mais de três vezes o valor avançado também hoje pelo Eurostat para a economia da zona euro. O PIB do bloco das economias do euro contraiu 1,1% no primeiro trimestre do ano. A pressionar nas contas nacionais do primeiro trimestre esteve sobretudo a procura interna. O investimento encolheu 16,8% no arranque do ano e o consumo privado encolheu 4,3%, ainda assim menos do que no último trimestre de 2012. «A redução menos acentuada do consumo privado no trimestre de referência esteve associada ao comportamento da componente de bens duradouros», explica o INE, reflectindo nomeadamente o comportamento da componente de veículos automóveis, que havia registado uma forte diminuição no trimestre homólogo. Em contrapartida, o contributo da procura externa líquida aumentou devido principalmente à redução mais acentuada das importações (-6%), uma consequência das medidas de austeridade. A evolução homóloga das exportações – o principal ou mesmo único ‘driver’ da economia nacional -, mostra um crescimento anémico de 0,1% no primeiro trimestre, com a redução das transacções de serviços a sobrepor-se ao escoamento de bens.