Perceção de risco para com Portugal agrava-se no mercado secundário e ações bancárias seguem todas no vermelho.
A taxa de juro associada aos títulos de dívida pública portuguesa a 10 anos, o prazo de referência, agrava-se hoje em 20 pontos base para cotar acima da barreira dos 6% no mercado secundário, o que já não acontecia desde o final de Abril. A ‘yield’ actual a 10 anos, de 6,013%, está assim bem acima dos 5,65% que Portugal pagou para colocar, pela primeira vez desde o pedido de resgate, dívida neste prazo em mercado primário, emissão que aconteceu no início de Maio. A pressão nos mercados de dívida acontece também em relação às obrigações italianas e espanholas a 10 anos, que avançam para 4,309% e 4,605%, respectivamente. Esta evolução começou ainda durante a conferência de imprensa de Mario Draghi, onde o presidente do BCE voltou a sinalizar uma eventual redução, para valores negativos, da taxa de juro da facilidade permanente de depósito, e reiterou o apelo para que os governos concretizarem reformas estruturais e o aviso para não ficarem demasiado optimistas quanto à evolução recente dos mercados. A par da pressão nos mercados de dívida, as bolsas na Europa inverteram para terreno negativo ao início da tarde. O português PSI 20, por exemplo, regredia agora 0,7% para 5.828,00 pontos, com todas as acções da banca no vermelho. BES, BCP, BPI e Banif escorregavam mais de 1%. O sector bancário é dos mais sensíveis à evolução dos custos de financiamento do Estado. Já o euro mantém-se em alta face à “nota verde”, negociando nos 1,3170 dólares, uma apreciação de 0,59% face à cotação de ontem.