Portugal regressou hoje ao mercado primário com uma colocação de 1.500 milhões de euros em bilhetes a seis e a 18 meses.
Tal como esperado, os juros subiram em ambas as maturidades face às emissões anteriores, mas a procura manteve-se sólida, mais do que duplicando a oferta disponível em ambas as linhas. Na maturidade a 18 meses foram vendidos 1.050 milhões de euros a uma taxa média ponderada de 1,603%, face aos 1,506% pagos na operação anterior. Os investidores colocaram ordens que superaram em 2,1 vezes a oferta. Já no prazo a seis meses o IGCP arrecadou 450 milhões de euros a um juro de 1,041%, uma subida significativa em comparação aos 0,811% pagos no último leilão. A procura excedeu a oferta em 2,5 vezes. Portugal colocou assim 1.500 milhões de euros, atingindo o limite superior do intervalo do montante indicativo da operação. Este agravamento dos juros fora antecipado pelos analistas, dado que a percepção de risco para com os periféricos agravou-se nas últimas semanas no mercado secundário. Na semana passada, por exemplo, a ‘yield’ associada às obrigações do Tesouro português a 10 anos chegou a superar os 6,5%, tendo depois aliviado nas sessões seguintes. Ontem, numa emissão também de curto prazo, Espanha também pagou juros mais elevados. «Como esperado, as taxas subiram de acordo com a subida no mercado secundário nas últimas semanas e em linha com a periferia. A procura continua a ser em linha com o que temos tido nas últimas emissões de bilhetes do Tesouro e ainda continua a ser uma dívida bastante apetecível por parte dos investidores», disse Filipe Silva, do Banco Carregosa, citado pela agência Reuters. Nos primeiros minutos após a comunicação dos resultados, o índice PSI 20 seguia ‘flat’ nos 5.880,91 pontos e as acções da banca, o sector mais sensível ao risco da República, seguiam, à exceção do BCP, todas no vermelho.