A Comissão de Utentes Contra as Portagens já reagiu à posição tomada pelo Governo em avaliar preços mais baratos nas regiões mais pobres.
O jornal i titula hoje que “Governo avalia portagens mais baratas nas ex-Scut das regiões mais pobres” e explica que “a diferenciação dos preços será avaliada em função de vários critérios, das vias alternativas aos indicadores de riqueza regional”. «Isto é incompreensível. Então o mesmo Governo que a 30 de setembro do ano passado acabou com as isenções para residentes, agora está a estudar preços mais baixos?», questionou o porta-voz da comissão, Francisco Almeida, em declarações à agência Lusa. Francisco Almeida frisou que, «qualquer que seja a redução de preços, o problema não fica resolvido», porque os distritos atravessados por estas três autoestradas «têm um poder de compra e um desenvolvimento económico muito mais baixos do que a média nacional e não há alternativas» às ex-Scut. «Esta região não cumpre os critérios que estavam previstos num estudo de 2006, encomendado e homologado pelo Governo, para a introdução de portagens. Nalguns concelhos, o poder de compra chega a ser menos de 30% da média nacional», exemplificou. Por outro lado, Francisco Almeida perguntou se «algum membro do Governo sabe o que é ir de Viseu a Vila Real pela Estrada Nacional 2», que tem zonas que mais parece «um autêntico caminho de cabras», devido à falta de manutenção. «Não pode é haver portagens. Ponto. Nem mais caras, nem mais baratas», reiterou, garantindo que os protestos não vão parar. As comissões de utentes das antigas Scut convocaram para 1 de março um protesto nacional pelo fim das portagens, por considerarem que empobrecem as pessoas, as empresas e o Estado. O movimento Empresários pela Subsistência do Interior também espera que o Governo «reveja rapidamente» o pagamento de portagens nas autoestradas do interior, devido à «injustiça flagrante» de falta de alternativas viárias, disse hoje o porta-voz à Lusa. Luís Veiga reagia à notícia publicada hoje pelo jornal i, segundo a qual o executivo pondera a possibilidade de cobrar portagens mais baratas nas regiões mais pobres. Para Luís Veiga, «independentemente da eventual alteração de preços, o Governo deve reponderar, em primeiro lugar, a manutenção do sistema» de cobrança. Depois, considera que há «uma injustiça flagrante por não haver alternativas» às autoestradas que passaram a ser pagas, com consequências graves para o tecido económico regional. Por exemplo, entra a Guarda e Vilar Formoso a situação tem limitado «a entrada de espanhóis». Considera igualmente inadmissível que no interior sejam cobradas portagens mais caras que na autoestrada A1, entre Lisboa e Porto. «Temos alertado o secretário de Estado dos Transportes e é sempre tempo de emendar a mão, o mais rapidamente possível, sob pena de cairmos num abismo económico», referiu.