Depois dos investimentos em infraestruturas, as Aldeias Históricas de Portugal vão apostar «nos bens imateriais e nos projetos de empreendedores».
Apesar da desertificação, o território tem qualidades que o podem transformar «num espaço de oportunidades», referiu o presidente da associação das Aldeias Históricas de Portugal, Ricardo Alves, durante o lançamento da nova imagem da rede, em Idanha-a-Velha, em que foram apresentados dois exemplos de projetos criativos que nasceram no território. Um deles é um livro sobre as lendas das aldeias, que vai ser escrito e desenhado a partir dos relatos de 1.500 crianças de escolas do ensino básico da área, em contacto com pais e avós. A obra, a lançar pela editora Asa/Leya até final do ano, serve para estimular a ligação dos mais novos às suas terras, por forma a fixarem-se e a serem os empresários locais do futuro, ao mesmo tempo que promove a rede. Outro projeto é uma coleção de pronto-a-vestir desenhado por Miguel Gigante, estilista da Covilhã, que apresentou as primeiras peças em lã de uma série inspirada nas vivências e arquitetura das aldeias históricas. Depois destes, «outros projetos podem nascer», criando riqueza, destacou Ricardo Alves. Aos empreendedores, que queiram apostar no território, a rede coloca ao dispor a marca Aldeias Históricas e uma equipa técnica para apoiar investimentos. O presidente da associação acredita que estas novas ideias, associadas a investimentos tradicionais em alojamento e restauração, podem atrair mais turistas e fazer com que eles possam pernoitar nas aldeias, gerando receitas. A nova imagem apresentada esta quinta-feira passa também a promover o património judaico, uma vez que está muito presente em vários pontos do território. Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso fazem parte da rede das Aldeias Históricas de Portugal.