A classificação da estação arqueológica de Sabugal Velho foi hoje recebida com regozijo pela Câmara do Sabugal.
A classificação da estação arqueológica de Sabugal Velho como sítio de interesse público, por portaria publicada em Diário da República, foi hoje recebida com regozijo pela Câmara Municipal do Sabugal. «É para nós um motivo de regozijo, porque é o reconhecer da importância daquele recurso patrimonial e do trabalho desenvolvido em torno daquela estação arqueológica», disse à agência Lusa o presidente da Câmara do Sabugal, António Robalo. Segundo o autarca, a classificação daquele local, situado no Cabeço da Senhora dos Prazeres, na freguesia de Aldeia Velha, também significa «mais um motivo de atração e de visitação para o concelho». A portaria, assinada pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, refere que a classificação do sítio arqueológico de Sabugal Velho, atende «ao interesse do bem como testemunho notável de vivências ou factos históricos, à sua conceção arquitetónica, urbanística e paisagística e à sua importância do ponto de vista da investigação histórica e arqueológica». O texto da portaria sublinha que a região «encerra vestígios arqueológicos que atestam a fixação local de diferentes comunidades humanas, propiciada pelo caráter estratégico da zona e pela abundância em recursos metalúrgicos explorados desde a mais alta antiguidade». Escavações arqueológicas realizadas entre 1998 e 2002 «forneceram a base para o atual modelo interpretativo do sítio, já referenciado desde o século XVIII», lembra o documento. «Foi possível identificar, a partir de materiais localizados a uma altitude superior a mil metros, uma primeira ocupação que parece remontar a finais da Idade do Bronze (século XI a.C.) com ocupações até à II Idade do Ferro, registando-se a presença de uma muralha castreja de aparelho irregular com planta oval assimétrica e de diversas construções coevas», refere. O sítio terá sido abandonado entre a II Idade do Ferro e a Idade Média, quando foi construído um segundo povoado «cuja ocupação deixou marcas em todo o cabeço, incluindo vestígios de um pequeno aglomerado urbano e de uma enorme cintura defensiva», aponta. «Além das estruturas em xisto aí conservadas, encontraram-se no local diversos artefactos testemunhando o quotidiano dos habitantes do Sabugal Velho, com realce para os fragmentos de cerâmica comum, mós, contas de colar, fivelas e exemplares numismáticos», conclui. Tendo em vista a necessidade de manter o sítio arqueológico «como testemunho de vivências e do que representa para a memória coletiva», a portaria fixa que «qualquer intervenção que implique revolvimento do subsolo deverá ser precedida de diagnóstico arqueológico, a avaliar pela administração cultural competente». No local «deverão ser aprovados apenas projetos de valorização para fruição e interpretação e/ou investigação».