Os três arguidos do processo ‘Cova da Beira’, que envolve suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais na construção de um aterro em 1996, foram absolvidos esta sexta-feira pelo Tribunal Criminal de Lisboa.
Nas alegações finais, o Ministério Público pedira pena suspensa para o engenheiro António José Morais, a arquiteta Ana Simões e o empresário Horácio Luís de Carvalho, mas os juízes das varas criminais de Lisboa optaram pela absolvição. Ana Simões e António José Morais estavam ambos acusados de um crime de corrupção passiva e um crime de branqueamento de capitais. Por seu turno, Horácio Luís de Carvalho estava acusado de um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais. Na fundamentação, a juíza do processo referiu que a decisão de absolver os três arguidos se prende pelo facto de não ter ficado provado que os dois primeiros (Ana Simões e António José Morais) tenham recebido dinheiro para dar uma posição favorável à empresa de Horácio Luís de Carvalho, a HLC. Ficou ainda provado que esta empresa apresentou a melhor proposta para a construção do aterro em 1996. A juíza referiu ainda, que ficou igualmente provado que decisão de escolher a HLC para o projeto foi da associação de munícipes da Cova da Beira. O julgamento teve início em setembro de 2012, depois de uma investigação sobre o facto de Horácio Luís de Carvalho ter ganho o concurso, no valor de 12,5 milhões de euros, para a construção do aterro, depois de a sua empresa ter sido excluída na fase inicial.