O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) vai lançar três livros sobre raças de pequenos ruminantes da Beira Baixa e apontar quais os produtos agrícolas em que melhor podem ser rentabilizados.
As publicações vão ser lançadas no sábado, durante a abertura da III Feira Agro-Agrária, certame que vai decorrer no recinto da Escola Superior Agrária até dia 16. As três obras são da autoria do docente e investigador Carlos Andrade e cada uma é dedicada a uma espécie diferente: a cabra Charnequeira Beiroa, a ovelha Merino da Beira Baixa e a ovelha Churra do Campo. Os estudos nasceram para preservar o património genético das três raças de pequenos ruminantes com origem na Beira Baixa, mas conseguiram reunir mais conclusões. No caso, a cabra Charnequeira Beiroa é apontada como uma espécie com futuro porque produz leite que «pode ser consumido natural ou transformado em diversos produtos catalogados como dietéticos», o que lhe dá acesso «a um mercado mais variado e abrangente que o de leite de ovelha», refere o autor. O leite daquela espécie de cabra pode ser usado «no fabrico do Queijo à Cabreira de Castelo Branco» e a carne pode ser servida como “Cabrito da Beira” – um produto de «Indicação Geográfica de Proveniência (IGP) indexado a cabritos das raças Charnequeira e Serrana abatidos entre os 40 e 45 dias», refere. Já quanto à ovelha Merino da Beira Baixa, Carlos Andrade recomenda a utilização em terrenos «mais extensivos e pobres, como opção de ocupação de áreas que não são próprias para culturas de rendimento e onde as raças exóticas não são capazes de sobreviver por não estarem adaptadas ao pastoreio de percurso». O leite pode dar origem a alguns dos mais famosos queijos da Beira Baixa, como o amanteigado de Castelo Branco, e a carne dá origem a receitas de “Borrego da Beira”. Um terceiro livro é dedicado à raça ovina Churra do Campo, dada como extinta em 2004 e recuperada a partir de 2007 pela Câmara de Penamacor em colaboração com o IPCB.