O Ministério Público (MP) realizou buscas a dezenas de empresas ligadas à extração e comercialização de areias nos distritos de Aveiro, Porto, Viseu e Guarda, disse esta quarta-feira à Lusa fonte ligada à investigação.
A operação, que decorreu na passada terça-feira, foi coordenada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Aveiro. Em causa está uma investigação relacionada com a prática dos crimes de fraude fiscal e ambiental. Segundo a Autoridade Tributária e Aduaneira, a ação decorreu junto de vários operadores económicos no setor dos inertes e foi dirigida a 45 locais de busca, designadamente, sedes sociais de empresas, outras instalações, gabinetes de contabilidade, domicílios e veículos pesados. As buscas decorreram nos distritos de Aveiro, Porto, Viseu e Guarda, compreendendo empresas que operam nas áreas de construção civil, transportes e outros serviços. «Os alvos de maior vulto situam-se no concelho de Ovar e respeitam à indústria extrativa de areias», referiu a mesma fonte. Entre as empresas onde foram realizadas buscas está a Raplus, em Ovar, que tem como sócio o sucateiro Manuel Godinho, arguido no processo ‘Face Oculta’, que está a ser julgado no tribunal de Aveiro. Durante a operação, foram apreendidos diversos documentos da contabilidade, computadores e realizadas cópias do sistema informático de várias empresas, discos de tacógrafos e registos dos tacógrafos digitais. Foi ainda feito o levantamento topográfico das cotas de altimetria do terreno, com vista ao cálculo volumétrico do movimento de areias extraído. Estiveram envolvidos dois procuradores do DIAP, 54 inspetores tributários da Direção de Finanças de Aveiro, 89 militares da GNR e três topógrafos da Câmara de Aveiro.