A Câmara Municipal de Celorico da Beira anunciou hoje que vai manifestar-se, no domingo, contra o encerramento “abusivo e compulsivo” de serviços públicos no concelho.
O presidente da Câmara de Celorico da Beira, José Monteiro (PS), disse hoje à agência Lusa que a manifestação será contra o encerramento “abusivo e compulsivo de todos os serviços públicos” no município, nomeadamente da repartição de finanças, do serviço de atendimento permanente (SAP) noturno no centro de saúde e do tribunal. “A Câmara Municipal quer mostrar a sua indignação pelo encerramento destes serviços públicos” considerados “indispensáveis para garantir a fixação e a atração de população e o desenvolvimento de Celorico da Beira”, afirmou o autarca. Com a ação de protesto agendada para as 15:00 de domingo, no largo do tribunal, a autarquia pretende “chamar a atenção das entidades governamentais” para aquilo que considera ser “o encerramento abusivo e compulsivo do interior”, explicou. “Com o encerramento destes serviços, a coesão territorial não existe e a social deixa de existir, porque a igualdade de oportunidades deixa de estar presente no interior, neste caso no nosso município”, alertou. Segundo José Monteiro, com a ação de protesto a autarquia pretende lutar pela defesa da manutenção da repartição de finanças, numa altura em que é colocada a possibilidade do seu encerramento. De acordo com o mapa da alegada reorganização dos serviços de finanças, divulgado no dia 07 de outubro pelo Diário de Notícias, vão encerrar no distrito da Guarda as repartições de Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Manteigas, Mêda, Pinhel, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa. A confirmar-se a notícia, ficam apenas em funcionamento as repartições de finanças de Guarda, Seia, Gouveia e Sabugal. No caso de Celorico da Beira, José Monteiro reconheceu que o fecho das finanças será prejudicial para a fixação de novas empresas e para os habitantes, porque “terão que perder tempo, efetuar gastos em combustível e em portagens para poderem pagar os seus impostos” na cidade da Guarda, a cerca de 30 quilómetros de distância. A autarquia também pretende exigir do Governo a reabertura do SAP no horário noturno, que está fechado desde setembro de 2012. “O centro de saúde está encerrado entre as 20:00 e as 08:00 e [em caso de necessidade] as pessoas têm que se deslocar ao hospital da Guarda”, denunciou o autarca. A juntar ao SAP e à repartição de finanças, a autarquia de Celorico da Beira, também teme o fecho do tribunal. “Fala-se também no seu encerramento”, denunciou o presidente da Câmara que promete lutar contra as “políticas centralistas” do Governo.