Está agendado para amanhã de manhã no Tribunal da Guarda o início do julgamento de Allan Sharif e mais quatro arguidos, um deles funcionários do estabelecimento prisional da Guarda, acusados da prática de crimes de corrupção e burla qualificada.
Allan Sharif e quatro arguidos começam a ser julgados amanhã na Guarda
Está agendado para amanhã de manhã no Tribunal da Guarda o início do julgamento de Allan Sharif e mais quatro arguidos, um deles funcionários do estabelecimento prisional da Guarda, acusados da prática de crimes de corrupção e burla qualificada. De acordo com a acusação a que o jornal Terras da Beira teve acesso, o caso […]
De acordo com a acusação a que o jornal Terras da Beira teve acesso, o caso terá ocorrido há cinco anos, quando Allan Sharif se encontrava preso preventivamente, tendo envolvido mais três reclusos – Carlos Filipe (de Fornos de Algodres), Nuno Guilherme (de Oliveira do Hospital) e José Carvalho Gomes (de Moncorvo) – e ainda Pedro Felicíssimo (natural de Lisboa), enfermeiro do Estabelecimento Prisional (EP) da Guarda onde se encontrava preso o luso-americano. Foi no Verão de 2008 que, como refere a acusação, os quatro reclusos do EP da Guarda «levaram a efeito manobras de aliciamento junto do respetivo enfermeiro levando-o, a troco de certos favores e benefícios e do recebimento de determinadas “comissões”, a entregar-lhes alguns telemóveis e quantias em dinheiro que, ilicitamente, foi introduzido naquele estabelecimento prisional e, portanto, contrariando os deveres inerentes à sua função». O documento adianta que «algum do dinheiro ilegitimamente introduzido no estabelecimento prisional através do enfermeiro , foi proveniente de um “esquema” montado pelos reclusos», que, «mediante a falsa promessa de concretização de um negócio imobiliário», convenceram Deolinda Cruz e Maria Augusta Rodrigues a entregarem-lhes 5.900 euros. De acordo com a acusação, «Carlos Filipe, Allan Sharif, Nuno Guilherme e José Carvalho Gomes ao se apropriarem das quantias monetárias depositadas e transferidas pelas ofendidas Dulce Cruz e Maria Augusta, fizeram-no de acordo com um plano previamente traçado, no qual, ligados por uma finalidade comum, delinearam de forma a atuar e os meios empregues, através da falsa promessa de concretização de um negocio imobiliário» na zona do Algarve. Quanto ao arguido Pedro Felicíssimo, a acusação refere que ao aceitar entregar aos arguido alguns telemóveis e quantias em dinheiro, tendo como contrapartida diversas vantagens, «infringiu os princípios e as regras que norteiam a execução das penas e medidas preventivas da liberdade». Perante os factos, Allan Sharif, natural dos Estados Unidos e que ultimamente residia no concelho de Mangualde, está assim acusado de um crime de corrupção ativa e um crime de burla qualificada. Carlos Filipe de Jesus, motorista de pesados e natural de Fornos de Algodres, está acusado de três crimes de corrupção activa, um dos quais em co-autoria com os demais arguidos, e ainda de um crime de burla qualificada em co-autoria. Nuno Guilherme, natural de Oliveira do Hospital, está acusado de um crime corrupção ativa e um crime de burla qualificada. José Carvalho Gomes, natural de Moncorvo, é acusado de um crime de corrupção ativa e um crime de burla qualificada. Pedro Felicíssimo, natural de Lisboa e enfermeiro aposentado, é acusado de quatro crimes de corrupção passiva.