A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social falava num comício que encheu o pavilhão do Núcleo Empresarial da Região da Guarda, antes da intervenção final a cargo do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que elogiou pela sua “coragem e arrojo”.
No seu discurso, com cerca de 20 minutos, Ana Mendes Godinho referiu-se às suas funções governativas, começando por deixar a questão se foi ou não fácil, ao longo dos últimos anos, assumir o lugar de ministra.
“Não, foi muito difícil, foi muito exigente. Eu envelheci cem anos. Mas, aqui, na Guarda, com o oxigénio, já recuperei”, declarou, provocando alguns risos na plateia.
De acordo a ministra, com o PS no Governo, “houve sempre aumentos reais de salários, houve um aumento histórico do salário mínimo nacional e um aumento real dos pensionistas. E não houve mentiras, houve verdade, pagando aos pensionistas e respeitando sempre os mais velhos, os que construíram o nosso país”, sustentou, recebendo uma salva de palmas.
No seu discurso, Ana Mendes Godinho referiu-se especificamente à gratuitidade das creches, medida que disse contribuir para “a libertação das mulheres na vida de trabalho e para ajudar os jovens casais a terem mais filhos”.
“É uma medida que nos enche de orgulho nos 50 anos do 25 de Abril. Mas também tomámos medidas de discriminação positiva para o interior do país destinadas a jovens que comecem a trabalhar nestas zonas do país e o mesmo para o IRC, onde temos de ir mais longe para fixar empresas”, advertiu.
Depois, no final da sua intervenção, traçou um dualismo entre o PS e os partidos à sua direita.
“A direita defende o capital e não quem trabalha. E não vale a pena desmentirem, porque nos lembramos o que fizeram na década passada quanto aos pensionistas, quanto aos salários, quantos aos feriados. Foi um filme de mentira e nós não queremos um remake. Não nos esquecemos do que fizeram. Não queremos voltar a ouvir que vivemos acima das nossas possibilidades”, afirmou.
Ana Mendes Godinho considerou depois que “o PSD e os seus aliados são o partido do partir, que convidou os jovens e os professores a abandonar o país, enquanto o PS é o partido de fazer regressar os jovens, os médicos, os enfermeiros”.
“A AD é aliança dos cortes. No PS também sabemos cortar. Cortamos na dívida pública, nas desigualdades, no abandono escolar e na pobreza”, contrapôs, elevando o tom do seu discurso.
No primeiro discurso do comício, o presidente da Federação da Guarda do PS, Alexandre Lote, salientou a mobilização conseguida e os investimentos em curso no seu distrito.
“União, orgulho e ação, estas são as nossas palavras fundamentais. Temos de estar unidos neste momento em defesa dos valores de Abril, unidos em defesa dos direitos liberdades e garantias que os Paulos Núncio desta vida nos querem tirar, unidos em defesa do Serviço Nacional de Saúde e da escola pública que a direita querem enfraquecer”, declarou.
Alexandre Lote afirmou depois que há razões para “orgulho com a descida do desemprego, a subida do salário mínimo nacional e entrega de um computador para todas as crianças do primeiro ciclo” – uma alusão a uma das principais medidas dos executivos de José Sócrates
Para o líder da Federação do PS da Guarda, “Portugal precisa de um político que decida, que valorize o interior do território nacional e que sejam um humanista”.
“A direita fala em mudança, mas a mudança deles é andar para trás”, acrescentou.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.c