O primeiro-ministro manifestou-se hoje preocupado com a velocidade de transmissão das infeções de covid-19 nas escolas, que associou à variante britânica, e afirmou estar em curso um reforço da testagem e um alargamento da vigilância.
António Costa falava em conferência de imprensa, em São Bento, após ter estado reunido por videoconferência com os presidentes de câmaras dos sete municípios que registam mais de 240 casos de covid-19 por cem mil habitantes nos últimos 15 dias: Alandroal, Carregal do Sal, Moura, Odemira, Portimão, Ribeira de Pena e Rio Maior.
Confrontado com dados que indiciam um aumento dos contágios entre crianças, sobretudo desde que reabriram as escolas em 15 de março, o líder do executivo reconheceu estar apreensivo.
“Temos vindo a acompanhar muito de perto a situação. Como se recordam, houve uma testagem de todo o pessoal docente e não docente antes da abertura das creches, do pré-escolar e do 1º ciclo do básico. E, para um reforço do grau de proteção, está em curso uma vacinação massiva de todo o pessoal” docente e não docente de estabelecimentos de ensino, apontou.
No entanto, de acordo com o primeiro-ministro, há agora um dado novo.
“Ao contrário do que aconteceu no primeiro período [deste ano letivo], é que, agora, em resultado desta nova variante [britânica], que tem maior transmissibilidade, em regra, quando é comunicado um caso e quando se faz a testagem generalizada, verificam-se logo outros casos”, revelou António Costa.
Nesse sentido, segundo o primeiro-ministro, após a identificação de um caso com uma criança numa escola, “estão também a ser testadas as respetivas famílias”.
“Temos de alargar o universo de vigilância porque, de facto, esta variante, como já tínhamos percebido no final de dezembro, faz aumentar muito significativamente os riscos de transmissão”, acrescentou.
Portugal registou hoje duas mortes relacionadas com a covid-19 e 874 novos casos de infeção com o novo coronavírus, o valor mais elevado desde o início de março, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim epidemiológico da DGS revela que estão internados 504 doentes (menos 32 do que na segunda-feira), o mais baixo desde 19 de setembro, dia em que estavam internadas 497 pessoas.
Nos cuidados intensivos, Portugal tem hoje 113 doentes, mais um em relação a segunda-feira, valor mais baixo desde 07 de outubro, dia em que estavam internadas nestas unidades 104 pessoas.