“Proponho-vos que criemos, sob a égide da Secretaria de Estado da Ação Social, um Gabinete Distrital de Combate à covid-19 que articule o reforço e a reorganização dos nossos meios neste território para proteger os mais frágeis – nomeadamente idosos instalados em lares de terceira idade – do segundo surto da epidemia que é esperado para o próximo outono ou inverno”, afirmou hoje Joaquim Brigas.
O responsável, que falava na cerimónia de distribuição de viseiras e de luvas por instituições sociais, unidades de saúde e de proteção civil, realizada no auditório dos serviços centrais da instituição, com a presença da secretária de Estado da Ação Social, Rita Cunha Mendes, disse que o IPG disponibiliza “as suas instalações e os seus recursos tecnológicos e científicos para assessorar e apoiar as ações que esse Gabinete entenda promover”.
“Como já sucede hoje, o IPG está absolutamente envolvido na cooperação e na formação e valorização dos recursos humanos das instituições sociais e das unidades de saúde desta região”.
Pode, por isso, empenhar-se mais ainda para, nos próximos meses, prestar toda a formação e qualificação profissional que for necessária às equipas que estão no terreno e na linha da frente do combate à covid-19, acrescentou.
Joaquim Brigas apontou que o corpo docente, os investigadores e mesmo os estudantes finalistas, “estão preparados e, alguns, altamente especializados, para participarem nos desafios que esta pandemia coloca e irá colocar à região e a Portugal”.
No seu discurso, o responsável referiu que a ideia hoje defendida pode servir de exemplo a outras regiões, pois “um pouco por todo o país houve problemas em lares de terceira idade e noutras instituições”.
“O que vos quero propor é que essa mobilização e essa capacidade de trabalhar conjugadamente seja agora ativada, não para ir acudir a fogos ateados por este primeiro surto do novo coronavírus – que parece estar controlado -, mas para prepararmos as instituições de apoio social do nosso distrito, para agirem e reagirem da melhor maneira quando houver um segundo surto da covid-19 no nosso país”, rematou.
O presidente do IPG aproveitou ainda a ocasião para “lançar um alerta quanto aos efeitos muito graves que a crise económica provocada pela covid-19 pode causar a muitos estudantes” da instituição.
“Muitos estudantes do nosso distrito, do nosso interior, do nosso país e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), são oriundos de famílias com recursos limitados e frágeis, que se irão inevitavelmente ressentir da crise que se está a desenhar no horizonte e que já este mês se começou a fazer sentir”, disse.
Desde o início de abril que o IPG está a produzir cerca de 100 viseiras reutilizáveis por dia no seu Laboratório de Fabrico Digital – FabLab da Guarda.
O modelo produzido em acrílico é facilmente desinfetável e foi validado tanto pela Unidade Local de Saúde da Guarda, como pelo Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, segundo o IPG.
“Mais de 800 unidades já foram distribuídas, 500 das quais a instituições de apoio social, estando agora prontas a ser entregues mais 1.000. Outras centenas se seguirão nas próximas semanas”, refere a fonte.