“Temos vindo a dizer que nós [distrito da Guarda] temos um número enorme de idosos, com patologias associadas, somos um dos distritos que mais Estruturas Residenciais Para Idosos e Unidades de Cuidados Continuados tem, e era necessário que se fizesse uma intervenção ao nível do [rastreio da] covid-19”, disse hoje Rui Reis à agência Lusa.
Se esta ação não for realizada, o responsável teme que possam acontecer situações de doentes infetados, como já se verificou em lares de idosos de Vila Nova de Foz Côa, Gouveia e Pínzio (Pinhel).
“Penso que, se não for dessa forma, podemos estar na presença de um problema muito grave. E a preocupação da UDIPSS é muito grande relativamente a esta problemática, porque não vemos nos últimos dias que tenha havido aquilo que se vem dizendo, que era a disseminação de testes de covid pelos vários distritos do país. Até ao momento, continuamos sem fazer testes, sem rastrear e sem ter um levantamento daquilo que pode estar a acontecer, se há ou não gente infetada”, apontou Rui Reis.
Segundo o dirigente, só são feitos rastreios “quando há bastantes casos” suspeitos nas instituições, mas é preciso “alterar esse paradigma e alterar regras”.
“Nós [as entidades competentes] temos que passar, de uma forma mais efetiva, a fazer esses testes nas instituições, porque, se não o fizermos, passamos a correr grandes riscos”, alerta.
O presidente da UDIPSS da Guarda defende que sejam feitos “massivamente” testes nos lares de idosos, aos utentes e aos colaboradores que “entram e saem” das instalações.
Disse ter conhecimento que muitas instituições da região aplicam rigorosas medidas de segurança, incluindo no momento da entrada e da saída dos funcionários, mas “isso não é o bastante, porque podem contagiar na mesma os idosos”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.