Desta vez, será castanho e passará a estar nas ilhas urbanas de ecopontos ou entregue aos munícipes para a recolha porta a porta. Neste contentor, deverão entrar todos os resíduos biodegradáveis como restos de alimentos ou de plantas de jardim.
De fora ficam os resíduos já encaminhados para ouras fileiras de reciclagem. Para o contentor indiferenciado, de acordo com o semanário Expresso, devem começar a ir apenas os resíduos sanitários ou os dejetos dos animais de companhia.
Recolher resíduos orgânicos é a única forma de Portugal atingir as metas de reciclagem. “A taxa de reciclagem nacional estagnou em 21% e tem de chegar a 55% dentro de cinco anos”, lembrou Paulo Lucas, da Associação Zero, ao mesmo jornal. Para os ambientalistas só é possível atingir as metas, reduzindo o que vai para o indiferenciado. Os ambientalistas defendem a recolha porta a porta, responsabilidade que atribuem aos municípios.
Em Lisboa, por exemplo, já se faz a recolha e transporte de biorresíduos oriundos de cantinas e restaurantes do município para valorização orgânica no sistema gerido pela Valorsul. Em troca recebe do sistema de que é acionista uma “contraprestação financeira pelo serviço”. Segundo a Câmara Municipal de Lisboa, em 2018, o município recolheu seletivamente 28 mil toneladas de biorresíduos – cerca de um terço do recolhido em todo o país (96 mil toneladas).
O município também tem o programa “Lisboa a Compostar”, que permitiu com a distribuição de mais de 1.500 compostores colocar os residentes na cidade a fazer compostagem nas suas varandas, logradouros ou jardins.
Em pequenos municípios, como Tabuaço – que se “tornou o primeiro a aplicar a compostagem doméstica e comunitária a todo o território”, segundo Pedro Carteiro, consultor deste município – também se está a apostar na melhor gestão de resíduos.
As juntas de freguesia colocaram na via pública compostores comunitários de 900 e 330 litros para as pessoas porem cascas de vegetais, legumes, hortaliças, fruta, guardanapos e papel de cozinha usado, borras de café, aparas de relva, que pela ação de microrganismos se transformam num composto útil para a agricultura. Pedro Carteiro sublinhou que o projeto permitiu “aumentar 72% a recolha seletiva entre 2017 e 2018”, revelando ser “uma autêntica ferramenta de gestão de resíduos urbanos”.