A circulação na Linha da Beira Alta voltou a ser cortada às 8 horas de hoje devido a um novo deslizamento de terras junto ao túnel do Coval, Mortágua, Viseu, onde no domingo um comboio de passageiros descarrilou, sem vítimas.
Fonte da Infraestruturas de Portugal (IP) disse que na altura do novo deslizamento não estava nenhum comboio a passar.
A CP referiu, por sua vez, que já está a ser acionado o transbordo dos passageiros.
A circulação na linha da Beira Alta tinha sido retomada entre as 02:00 e as 02:30 de hoje, depois de ter estado interrompida desde a manhã de domingo por causa de um descarrilamento em Mortágua, Viseu.
Desde as 08:40 de domingo que a circulação de comboios na linha da Beira Alta esteve cortada junto ao túnel de Coval, em Mortágua, devido ao descarrilamento de um intercidades que ligava a Guarda a Lisboa.
Na sequência do acidente, que não provocou feridos, a CP teve de assegurar o transbordo rodoviário dos passageiros entre Santa Comba Dão e Mortágua.
Em declarações à Lusa no domingo, o presidente da Câmara de Mortágua, Júlio Norte, disse que foi um deslizamento de terras, devido à chuva dos últimos dias, que causou o descarrilamento do comboio.
“O acidente não teve a ver com as obras” em curso nalguns troços da Linha da Beira Alta, acrescentou, frisando que, na sequência dos incêndios de 15 outubro de 2017, os taludes da linha e as encostas na zona estão desprovidos de vegetação, o que “tende a provocar deslizamentos” que arrastam terra, pedras e troncos.
O secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, disse em declarações à Lusa no domingo que o troço da linha da Beira Alta onde o comboio descarrilou já estava em obras e que o talude em causa será urgentemente intervencionado.
Segundo disse, de momento estão a decorrer intervenções nos taludes (planos de terreno inclinado que dão estabilidade e sustentação ao solo) da linha da Beira Alta entre os quilómetros 59 e 82,6, pelo que acidente ao quilómetro 82,1 aconteceu dentro da área em obras.
“Esta situação no talude já tinha sido sinalizada, evidentemente as circunstâncias temporais agravaram a situação”, justificou.
O governante disse ainda que, além destas intervenções, a linha da Beira Alta terá “intervenções mais fortes” a partir de 2019, no âmbito do plano de investimentos Ferrovia 2020. Já este ano, acrescentou, haverá uma intervenção mais pequena no troço Guarda-Cerdeira.