No documento dirigido ao ministro da Saúde, o deputado eleito pelo círculo eleitoral da Guarda pergunta “que consequências imediatas e futuras tem para a Guarda a criação deste consórcio denominado Centro Académico Clínico das Beiras ao nível da sua ULS e Escola Superior de Saúde”.
Santinho Pacheco quer ainda saber “que razões justificam que a sua sede tenha de ser na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior [na Covilhã] e que reflexos isso tem na distribuição das valências hospitalares no seu território de influência”.
O socialista explica que a criação do Centro Académico Clínico das Beiras, com sede na Covilhã, no edifício da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, “por muito abrangente e racional que seja o seu objetivo, e o facto de não ser dotado de personalidade jurídica ou de se manter a autonomia dos seus membros, avoluma um conjunto de preocupações no que respeita ao futuro dos Cuidados Hospitalares na Guarda”.
“Cada vez mais se nota reforçada a tendência já antiga de caminhar para uma centralização das respostas hospitalares regionais. O que não se decreta, fomenta-se numa prática do facto consumado”, observa.
Depois de referir que “ninguém está contra eliminar muitos constrangimentos e alargar as possibilidades de cooperação institucional”, sublinha que todos compreendem “as potencialidades dessa cooperação entre a investigação, a aplicação de conhecimentos e o ensino na área da Saúde”.
No entanto, alerta que “dizer que a criação do Centro Académico Clínico potencia as capacidades de cada instituição é reconhecer que se vai alargar o fosso entre unidades e serviços, tornando ainda melhor os mais capazes e dotados de recursos humanos e técnicos de excelência”.
Em sua opinião, “está assim a criar-se uma certa concorrência desleal entre hospitais e há especialidades que vão encerrar, designadamente na Guarda, por falta de médicos”.
“Que especialista está interessado a concorrer para uma unidade em risco de perda e sem um conjunto de valências, se tem ao lado, a poucos quilómetros, uma alternativa de futuro”, alerta Santinho Pacheco no requerimento enviado ao ministro da Saúde.