Em 2016, Álvaro Amaro anunciou que realizando-se a terceira hasta pública, se a economia privada não comprasse o hotel, a câmara da Guarda iria fazê-lo.
Como entrou o novo ano e o processo não conheceu desenvolvimentos, o autarca apela ao Governo para que “façam lá tudo o que lá está no protocolo ou então aprovem a terceira hasta pública, porque certamente a economia privada não deixará de tomar conta”.
“A partir daqui, já não há mais posição nenhuma a tomar. Ou o Governo põe à venda o hotel, e a economia privada o compra para o recuperar, ou se a economia privada não comprar, a câmara compra-o, e assim cumprimos todos o que é o nosso objetivo para bem da economia nacional e, em primeiro, naturalmente, da economia da Guarda”, disse o autarca na segunda-feira, no final da reunião do executivo.
Acrescentou que se o Governo “não quiser fazer isto, então que o recupere através do Turismo de Portugal, segundo aquilo que o PS, em 2011, disse que fazia”.
“Não fazer nada, nem uma coisa nem outra, é que eu, em nome da Guarda, tenho que levantar agora a minha voz”, vincou.
Segundo o autarca da cidade mais alta do país, o município que lidera não pode esperar “eternamente” por uma decisão em torno do hotel.
“Estamos cansados de esperar. Por uma indecisão deste Governo em relação ao Hotel de Turismo da Guarda, que é a todos os títulos inexplicável. Ainda, por cima, numa altura em que, muito bem, tomam uma boa medida de devolver à economia privada 30 edifícios que estão espalhados pelo país. É razão para perguntar: então e o Hotel de Turismo da Guarda?”.
Álvaro Amaro disse ainda que não pode fazer mais pelo processo se o Governo, que é o dono do edifício, não o quiser vender.
Em sua opinião, o executivo liderado por António Costa ao “não fazer nada” em relação a este assunto, “é estar a discriminar negativamente a Guarda”, situação que considera “inadmissível”.
O edifício do Hotel de Turismo da Guarda foi vendido em 2010 pela Câmara da Guarda, então liderada pelo socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, mas o projeto não saiu do papel e o imóvel está de portas fechadas e a degradar-se.
Em 2015, a Direção-Geral do Tesouro e Finanças realizou uma hasta pública para venda do edifício que ficou deserta.
O imóvel foi posteriormente colocado à venda, pelo valor de 1,7 milhões de euros, através de um concurso público de arrendamento com opção de compra, mas a empresa interessada no negócio desistiu.
O autarca lembrou que já sensibilizou o primeiro-ministro para o problema e para a necessidade de ser realizada uma terceira hasta pública para venda do imóvel da antiga unidade hoteleira da cidade da Guarda.