“Já submetemos uma candidatura ao Portugal 2020 e temos que aguardar pela aprovação ou não. Espero bem que [a candidatura] seja aprovada, porque andamos há já quatro anos na luta pela construção do novo quartel”, referiu António Fontes.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, com um corpo ativo de 56 elementos, foi criada em 03 de julho de 2007, sucedendo à Secção Destacada dos Bombeiros de Gonçalo, que também ocupava as atuais instalações.
O corpo de bombeiros foi criado após a tragédia que ocorreu no dia 09 de julho de 2006, quando um violento incêndio florestal na área da freguesia vitimou cinco sapadores chilenos e um bombeiro da então Secção Destacada dos Bombeiros Voluntários de Gonçalo.
Dez anos volvidos, os voluntários continuam a ocupar, provisoriamente, instalações cedidas pela paróquia, que não possuem as melhores condições de operacionalidade.
Segundo o presidente da direção, o atual quartel “não tem condições operacionais”.
“É impossível [a corporação] funcionar com 56 homens numa subcave onde não existe entrada de ar, nem de luz, que não tem janelas e os carros ficam estacionados ao longo de ruas”, relatou.
Os “soldados da paz” continuam a ocupar um espaço “em que o gabinete da direção é também o gabinete do comando e a camarata feminina”, exemplificou.
O comandante dos bombeiros, Hugo Rocha, – irmão do voluntário Sérgio Rocha falecido no incêndio de 2006 – comunga das preocupações da direção relativamente ao quartel.
Hugo Rocha disse à Lusa que os elementos do corpo ativo aguardam, “com toda a sua boa vontade e sacrifício, por novas condições para desempenharem melhor as suas funções”.
“Se fossem outros elementos, com as más condições que temos, já tinham desistido, situação que aqui não acontece”, rematou.
A direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra reconhece que a construção do novo quartel, orçado em cerca de 650 mil euros, é “uma necessidade”.
“Neste momento falta que a Unidade de Gestão do Portugal 2020 nos aprove a candidatura para avançarmos com a obra”, disse António Fontes, indicando que a Câmara Municipal da Guarda irá apoiar a componente nacional e a associação suportará o resto da verba necessária.
O terreno já existe e o projeto está aprovado. “É só uma questão de se aguardar pela análise das candidaturas e ver o que nos vai calhar”, concluiu.
Em 2013 a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra apresentou uma candidatura para obter apoio financeiro para construção do quartel, mas não foi aprovada pela Estrutura de Missão para a Gestão dos Fundos Comunitários, alegando que “à data da submissão da candidatura o concurso já devia estar entregue ao empreiteiro”.