O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) para 2016 vai ser hoje apresentado na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em Carnaxide, numa sessão pública que vai contar com a presença da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.
A preparação do DECIF para 2016 teve em consideração “um profundo trabalho de avaliação” da época de incêndios de 2015, pelo que foi feito “um enorme esforço” para garantir “um efetivo semelhante ao do ano anterior, quer em recursos humanos, quer materiais”, segundo o Ministério da Administração Interna (MAI).
Numa época de incêndios que começa a 15 de maio e termina a 15 de outubro, os meios de combate vão estar disponíveis de forma faseada, estando na sua capacidade máxima entre 01 de julho e 30 de setembro, a chamada “fase Charlie”.
A época mais crítica em incêndios florestais vai contar com 47 meios aéreos, enquanto nas restantes fases são 34 as aeronaves disponíveis, segundo os pontos principais do DECIF, a que a agência Lusa teve acesso.
No entanto, o DECIF deste ano garante a possibilidade de antecipar em 15 dias a operação dos aviões bombardeios pesados, podendo estas seis aeronaves integrar o dispositivo nos primeiros dias de junho caso seja necessário.
Para o MAI, a possibilidade de antecipar a operação dos aviões bombardeios pesados vai permitir “uma maior e mais eficiente capacidade de gestão destes meios”.
No âmbito da preparação da próxima época de incêndios, foram desenvolvidas 305 ações de treino já realizadas ou ainda a decorrer, envolvendo mais de 7.100 operacionais, dos quais cerca de 5.400 são bombeiros, formação que também abrangeu as Forças Armadas e a GNR.
Nestas ações de treino foi dado especial enfoque “à segurança individual e coletiva no combate aos incêndios florestais, tendo por objetivo a minimização de vítimas”.
No âmbito do DECIF deste ano foram também “revistos e melhorados” os manuais auxiliares sobre segurança em operações de combate a incêndios, nomeadamente sobre meios aéreos.
A diretiva financeira para o ano de 2016, no que toca às comparticipações de despesas resultantes de intervenções no âmbito dos dispositivos especiais em operações e estados de alertas especiais, encontra-se ainda a ser preparada.
Dos seis helicópteros Kamov do Estado, apenas três estão operacionais, encontrando-se um acidentado desde 2012 e outros dois em reparação, num valor de 8,8 milhões de euros.
Os dois Kamov que estão a ser reparados não devem estar operacionais para a próximo época de incêndios, mas o MAI afirma que a sua integração no DECIF será concretizado logo que a reparação esteja concluída.
Em 2015, ano em que a severidade meteorológica foi a terceira mais severa dos últimos 16 anos, a ANPC registou 15.505 ocorrências de fogo, que causaram 60.916 hectares de área ardida.