Paulo Ferrão é o novo presidente da FCT

Os investigadores Miguel Castanho, Isabel Ribeiro e Ana Sanchez são os restantes membros do conselho directivo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Paulo Ferrão é o novo presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), tutelada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a nomeação como novo presidente foi aprovada esta quinta-feira em conselho de ministros. A tomada de posse do novo conselho directivo da principal entidade de financiamento público da investigação científica do país é na próxima quarta-feira, 10 de Fevereiro.
Professor catedrático do Instituto Superior Técnico (IST), de 53 anos, Paulo Ferrão era desde 2006 o director nacional do programa MIT-Portugal, uma parceria internacional de diversas universidades e instituições portuguesas com o famoso Instituto de Tecnologia do Massachusetts (nos Estados Unidos) na área de sistemas de engenharia, promovido pela FCT.
Doutorado em engenharia mecânica, especializou-se em sistemas sustentáveis de energia e ecologia industrial. A sua carreira científica centra-se na energia e na ecologia industrial, tendo desenvolvido trabalho em áreas como a gestão de resíduos e sistemas urbanos. Neste contexto, refere o comunicado de imprensa sobre a aprovação da sua nomeação para a presidência do conselho directivo da FCT, foi coordenador dos grupos de trabalho que elaboraram o Plano Nacional de Gestão de Resíduos e o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020).
Esteve também entre os fundadores, em 1998, do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento (IN+) do IST, que era dirigido por Manuel Heitor até à sua ida para o actual Governo como ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Paulo Ferrão era agora o director do IN+, bem como da Iniciativa em Energia do IST e do programa de doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia.
O novo conselho directivo da FCT é ainda composto pelo vice-presidente Miguel Castanho e pelas vogais Isabel Ribeiro e Ana Sanchez. Até agora, Miguel Castanho era professor catedrático de bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa desde 2007 e, em 2011, assumiu aí as funções de subdirector. Coordenava um grupo de investigação que integra o Instituto de Medicina Molecular.
Licenciada e doutorada em engenharia electrotécnica no IST, onde também é professora catedrática desde 2005, Isabel Ribeiro é ali investigadora do Instituto de Sistemas e Robótica. Por fim, Ana Sanchez – que se licenciou em biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e doutorou-se em 2001, também em biologia, na Universidade Católica de Nijmegen, através do Pograma Gulbenkian de Doutoramento em Biologia e Medicina – começou por se dedicar à investigação no Instituto de Tecnologia Química e Biológica, em Oeiras, onde agora coordenava o Gabinete de Comunicação e Divulgação de Ciência. Da sua actividade docente, destaca-se a criação e coordenação do mestrado em Comunicação de Ciência da Universidade Nova de Lisboa.

Esta nova equipa vai agora substituir a equipa de Miguel Seabra/Maria Arménia Carrondo à frente da FCT e que tinha sido escolhida pelo anterior governo de Pedro Passos Coelho. A investigadora Maria Arménia Carrondo tinha substituído na presidência da FCT o médico e investigador Manuel Seabra, que se tinha demitido em Abril de 2015. Foi mandatada para completar o mandato de Miguel Seabra, que terminou no final de Dezembro.
Miguel Seabra foi um dos principais rostos das políticas científicas do governo de Passos Coelho, iniciado em meados de 2011, e do seu ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, pelo que o então presidente da FCT foi dos principais alvos dos protestos da comunidade científica.
Primeiro, os bolseiros de investigação foram para a rua em manifestações contra cortes significativos no número de bolsas. Pouco depois, os centros de investigação científica começaram a criticar a última avaliação a que foram submetidos – para a atribuição de financiamento até 2020 –, devido à sua falta de qualidade, a mudança de regras durante o processo e à definição, à partida, de que cerca de metade dos centros “chumbaria”, o que significaria que nestes casos não receberiam dinheiro ou receberiam muito pouco. Problemas que o novo ministro da Ciência e a nova equipa da FCT vão agora ter de enfrentar.


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