“Fazendo jus àquilo que foram os apelos desta reunião, temos mesmo de endurecer a luta, que passará pela sensibilização, trabalho junto das autarquias e da Assembleia de República, bem como por ações de rua em que se encontrem novas formas de pôr o assunto na ordem do dia e que façam perceber a quem decide que a abolição das portagens na A23 é importante para a região e para o país”, afirmou Marco Gabriel, membro da Comissão de Utentes.
Marco Gabriel falava no final de uma reunião pública realizada na cidade da Covilhã, distrito de Castelo Branco, na qual participaram vários utentes, empresários, sindicalistas e representantes de outras entidades.
Durante a análise, reiteraram-se argumentos contra o pagamento de portagens nesta ex-Scut (via sem custos para o utilizador), cujos valores são mais caros do que os praticados na A1 (autoestrada do norte).
O facto de contribuírem para o aumento das desigualdades entre Litoral e Interior, de não existirem vias alternativas, de contribuírem para o aumento da sinistralidade nas estradas nacionais ou de penalizarem cidadãos e empresas foram alguns dos aspetos apontados pelos intervenientes.
O impacto sentido no tecido empresarial e as consequências negativas provocadas pelos custos de contexto também foram apontados.
Um empresário deu o exemplo da própria empresa, referindo que os custos com as portagens já superam o valor que tem de pagar de IRC.
“Naturalmente que isto está mal e tem de mudar, até porque já há empresas a deslocalizarem-se daqui”, afirmou.
Além disso, foram ainda deixados vários apelos para a intervenção junto dos responsáveis políticos, nomeadamente com os partidos que sustentam a maioria de esquerda no parlamento, bem como para que sejam unidos esforços e um trabalho conjunto com outras associações e entidades que estão contra as portagens, o que a Comissão de Utentes prometeu fazer.
Quanto a ações de protesto mais contundentes, – houve quem tenha defendido o fecho da autoestrada com pedras ou a colocação de carros destruídos em determinados pontos -, a comissão prometeu analisar as melhores soluções no âmbito do grupo de trabalho.
A autoestrada da Beira Interior (A23) atravessa os distritos da Guarda, Castelo Branco, Santarém e Portalegre, e permite a ligação entre Torres Novas e a Guarda.