“Portugal tem capacidades impressionantes de LNG [Gás natural liquefeito], tal como Espanha, penso que devemos usar este potencial para aumentar o nível de segurança energética em toda a Europa”, afirmou Maros Sefcovic, à margem da conferência-diálogo “União da Energia”, em Lisboa.
Questionado sobre o papel que Portugal pode ter na redução da forte dependência de gás russo pela União Europeia, Maros Sefcovic manifestou a vontade de Bruxelas de diversificar as fontes de fornecimento, mas também de equilibrar as relações com a Rússia.
Na quarta-feira, a Comissão Europeia garantiu que o fornecimento de gás à Europa no próximo inverno não está em risco, apesar da rotura das negociações entre a Ucrânia e a Rússia devido a divergências sobre o preço.
Já o ministro da Energia, Moreira da Silva, realçou o papel que Portugal, juntamente com Espanha, pode ter no mercado do gás: “Entendemos que a Península Ibérica se pode posicionar como um ‘hub’ [centro estratégico] importante no gás, através dos sete terminais em Espanha e um em Portugal, e assim aumentar a segurança do abastecimento de gás”.
A segurança no abastecimento é uma das metas da União da Energia, projeto que prevê implementar uma estratégia comunitária para o mercado energético, que levou o responsável em Bruxelas a fazer uma ronda pelos países para debater com os respetivos governos, empresas e cidadãos.
O governante português realçou a necessidade do investimento das interligações energéticas para o transporte de eletricidade e de gás para uma maior integração da Península Ibérica na Europa, uma vez que atualmente esta região é considerada uma ‘ilha energética’ devido às baixas interconexões existentes para outros países europeus.
No Conselho Europeu de outubro passado, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia alcançaram um acordo sobre o pacote energia e clima, que prevê uma meta para as interconexões de 10% até 2020 e de 15% até 2030.