É uma pequena parte dos 80 mil milhões de euros que, diretamente ou através do plano de investimentos Juncker, a Europa tem para apoiar a inovação, até 2020.
“É o maior programa de sempre em inovação e tecnologia”, disse o antigo membro do Governo português, reconhecendo que o Velho Continente não é eficaz na transformação de conhecimento em produtos vendáveis, que criem riqueza para as empresas e melhores e mais bem remunerados empregos.
O Horizonte 2020 poderá contribuir para reduzir o que Carlos Moedas admitiu ser uma deficiência europeia: transformar conhecimento em produtos. E deu o exemplo da tecnologia MP3, desenvolvida na Europa mas transformada em lucro pela Apple. O crescimento da economia, disse, advém do aumento da produtividade, que se obtém com a transferência de tecnologia para as empresas e os consumidores. Com 7% da população mundial, a Europa produz 30% da inovação – uma percentagem estagnada precisamente pela dificuldade de pôr os produtores de conhecimento científico, como as universidades, a trabalhar diretamente com os empresários.
Instrumentos para as empresas
No Horizonte 2020, “existem instrumentos interessantes para PME portuguesas”, disse o comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, dando como exemplo o Instrumento PME, que financia com 50 mil euros, a fundo perdido, empresas que queiram desenvolver um produto novo e colocá-lo no mercado. Já serão financiadas por este mecanismo 275 empresas, seis das quais são portuguesas.
Além disso, Moedas lançou o Processo Acelerado para a Inovação (PAI), dotado com 200 milhões de euros, cujo objetivo é apoiar a transição de novos produtos para o mercado, por parte de PME. “Estes apoios são cumulativos com os fundos europeus, o QREN ou o Portugal 20220”, adiantou.
Para concorrer, é necessário preencher um formulário existente na página na Internet do Horizonte 2020. “Os programas são abertos a todas as PME de todos os países. Os melhores ganham”, adiantou o responsável.
Bill Gates em Bruxelas
Na próxima quinta-feira, o fundador do império Microsoft e agora filantropo Bill Gates fará uma paragem em Bruxelas, a caminho de Davos, onde participará na Cimeira que junta líderes de todo o mundo. O multimilionário coopera com a União Europeia no financiamento de projetos de investigação na área das chamadas doenças negligenciadas, que assolam os países em vias de desenvolvimento mas não geram receitas suficientes para atrair o interesse da indústria farmacêutica e de saúde.