Há 116 pessoas inativas por cada 100 a trabalhar. É o que revela o Instituto Nacional de Estatística (INE), no Anuário Estatístico de Portugal de 2013, publicado online esta segunda-feira.
No final do ano passado, havia 116,6 inativos por cada 100 pessoas empregadas. Este valor mede o grau de dependência na sociedade, porque as pessoas inativas dependem das contribuições das pessoas empregadas, e mostra que a dependência tem vindo a subir. O acréscimo deve-se tanto a um aumento das pessoas inativas como a uma diminuição do nível de emprego.
A população inativa é aquela que não constitui mão de obra disponível para a produção de bens e serviços, e inclui, portanto,jovens, estudantes, reformados, e também os desempregados que não procuram emprego (como as domésticas, por exemplo).
Em 2008, havia 98,2 pessoas inativas por cada pessoa a trabalhar. O aumento deste valor deve-se a duas facetas.
A primeira é o aumento das pessoas inativas, que são mais 141,9 mil que em 2008. Este aumento registou-se principalmente junto daqueles com mais de 45 anos, havendo também uma subida ligeira na faixa etária entre os 15 e os 24 anos. Nas restantes faixas etárias, o número de pessoas inativas diminuiu relativamente aos anos anteriores.
Visto que uma pessoa pode ser inativa por várias razões, o aumento dever-se-á a motivos variados: aumento do número de jovens que prolongam os estudos, aumento do número de reformados, e aumento do número de pessoas que param de procurar emprego.
A segunda é a diminuição do emprego, sendo que há menos 687,2 mil pessoas a trabalhar que em 2008. A diminuição do emprego registou-se em todos os grupos etários, mas teve particular incidência entre os 15 e os 34 anos.
O relatório do INE realça ainda que a faixa etária “mais penalizada pela quebra no emprego” é aquela entre os 25 e os 34 anos. A diminuição no emprego nessa faixa representa quase metade (48,9%) da perda total de emprego entre 1998 e 2013, sendo que em 2013 houve mesmo uma ténue recuperação de emprego na faixa dos 45 e mais anos.