Uma medida para evitar que estágios sucessivos preencham necessidades permanentes da empresa.
As empresas têm de contratar um em cada três estagiários que receberem através do programa “Estágios Emprego”, financiados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Essa é uma das regras definidas pelo organismo público para ” impedir que se estejam a substituir postos de trabalho permanente por estágios sucessivos”, afirmou Joaquim Bernardo, do Conselho Directivo do IEFP durante a conferência “Competências críticas do capital humano até 2020″, organizada pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, BCSDPortugal.
Atualmente cerca de 50 mil jovens estão em estágios apoiados por fundos públicos. Os indicadores revelam que, seis meses depois, cerca de 70% entram no mercado, metade deles na empresa em que estagiaram. Atualmente já existem cerca de 490 mil desempregados de longa-duração, o que corresponde a uma taxa superior à taxa de desemprego global do país antes do eclodir da crise, salientou o representante do IEFP.
Como resolver o problema do desencontro entre a oferta de diplomados e a procura no mercado do emprego?”Promover mais e melhor colaboração entre alunos, escolas e empresas” foi a resposta avançada por Isabel Barros, ‘Head of Talent Management & Development’ da Sonae, uma empresa que promove diversas academias para formar os profissionais que necessita.
Outra das soluções passa por “combater o estigma de pais e alunos em relação aos cursos técnicos e profissionais”, sublinhou. “As empresas devem desenvolver um plano estratégico das competências que vão precisar no futuro” sugere Diana Guerra, da consultora do Hay Group. “Sensibilizar os estudantes para as competências mais valorizadas pelos empregadores” é outra das saídas, diz Erica Nascimento, CEO na ‘Junior Achievement’ Portugal.
Todos os anos mais de 30 mil alunos participam em programas desta organização fazendo dois mil voluntários sair dos locais de trabalho e irem às salas de aula explicar como serem empreendedores e que competências devem trabalhar para conseguir uma entrada mais fácil no mercado de emprego. A responsável da organização desafiou mais pessoas a participar no programa, uma vez que mais de dez mil estudantes que concorreram ficaram de fora.
Detetar e reencaminhar os estudantes para as suas vocações é outra das questões fulcrais. “Terá que ser feito um maior esforço na área de orientação e informação dos alunos”, reconhece o representante do IEFP. O que passará necessariamente por fomentar uma maior articulação entre os serviços do emprego e da educação.