Produção de alimentos manteve abrandamento em 2010

Alimentação A produção de alimentos continuou a abrandar em 2010, prevendo-se um crescimento de apenas 0,8 por cento, revela um estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Destak/Lusa | destak@destak.pt A FAO lembra que, já em 2009, a produção de alimentos tinha desacelerado para 0,6 por cento, depois dos aumentos […]

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A produção de alimentos continuou a abrandar em 2010, prevendo-se um crescimento de apenas 0,8 por cento, revela um estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Destak/Lusa | destak@destak.pt

A FAO lembra que, já em 2009, a produção de alimentos tinha desacelerado para 0,6 por cento, depois dos aumentos significativos de 2007 e 2008 (2,6 e 3,8 por cento, respetivamente), durante a crise de preços dos bens alimentares.

No ano passado, a agricultura mundial foi afetada pela seca na Rússia, no Verão de 2010, que levou a uma descida drástica da produção e exportação de trigo daquele país.

Ao mesmo tempo, o consumo global de alimentos, que estava a crescer a um ritmo de dois por cento ao ano (quase um por cento, em termos ‘per capita’), caiu marginalmente durante a recessão económica de 2009, no que respeita ao consumo por habitante.

O crescimento mais rápido a nível de consumo ‘per capita’ nos últimos anos aconteceu na Europa de Leste, seguindo-se a América Latina e Caraíbas e depois a Ásia, o Médio Oriente e o Norte de África.

Mas enquanto nestas regiões, o consumo por habitante continuou a crescer, mesmo durante a recessão, a Europa de Leste, registou um decréscimo de 2 por cento em 2009.

Nas regiões desenvolvidas da América do Norte, Europa Ocidental e Oceânia, o consumo de alimentos manteve-se estável ou em declínio.

A nível de trocas comerciais, que avançavam 4 a 6 por cento ao ano antes da crise financeira, verificou-se uma contração e devem manter-se negativas em 2010.

Em quase todas as regiões, as exportações de alimentos desceram ou estagnaram em 2009, durante a crise económica

Entre 2000 e 2008, a Europa de Leste teve um crescimento cumulativo das exportações de 350 por cento e registou um valor particularmente elevado na produção de cereais em 2008, mas as exportações desceram no ano seguinte e ainda de forma mais significativa em 2010 devido à seca.

Também as exportações da Europa Ocidental baixaram devido à valorização do euro e às reformas políticas, incluindo a da Política Agrícola Comum (PAC).

O bom desempenho das exportações dos países da América Latina, que praticamente duplicaram na última década, tornaram esta região um fornecedor cada vez mais importante para os mercados mundiais, mas estagnaram em volume durante a crise de preços e a recessão económica.

Na América do Norte, as exportações cresceram 24 por cento na última década, mas o crescimento abrandou, devido ao cada vez maior uso da produção doméstica para biocombustíveis.

As importações de alimentos cresceram mais rapidamente na Ásia do que em qualquer outra região, aumentando em termos de volume quase 75 por cento entre 2000 e 2010.

As importações aumentaram também nos países do Médio Oriente e Norte de África, graças às receitas crescentes do petróleo, mas foram significativamente reduzidas durante a recessão.


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