Os serviços de saúde devem ativar os planos de contingência para responder ao aumento da procura devido às infeções respiratórias em Portugal, que regista uma atividade gripal crescente, reforçou na sexta-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS).
“Recomenda-se o reforço da comunicação das orientações previamente emitidas aos serviços de saúde para ativar as medidas previstas nos respetivos planos de contingência, de forma a responder ao aumento da procura dos serviços de saúde (incluindo adequação das escalas de recursos humanos, alargamento de horários e ajuste da atividade programada)”, adiantou a direção-geral.
O alerta consta de um novo relatório semanal da DGS sobre a vigilância e monitorização das infeções respiratórias – gripe, covid-19 e vírus sincicial – divulgado no dia 16 de dezembro e que substitui os anteriores relatórios especificamente dedicados à evolução da pandemia.
O novo documento adianta que, na semana de 5 a 11 de dezembro, registou-se em Portugal uma atividade epidémica da gripe de baixa a moderada intensidade, mas com tendência crescente, com predomínio do subtipo do vírus A(H3) “associado a maior gravidade nas populações mais vulneráveis”.
Nessa semana, verificou-se uma diminuição do número de novos casos a sete dias de infeção pelo SARS-CoV-2 (36 contágios por 100 mil habitantes), mantendo uma tendência decrescente.
A DGS avançou também que se observou um aumento das consultas por infeções respiratórias nos cuidados de saúde primários em relação à semana de 28 de novembro e 4 de dezembro, assim com um crescimento da procura do SNS 24 e do INEM.
Entre 5 e 11 de dezembro, o número total de atendimentos triados pelo SNS 24 aumentou para 33.620, mais 7,4% em relação à semana anterior.
O relatório refere ainda uma ligeira diminuição dos episódios de urgência hospitalar (110.272), mas este valor pode ser revisto “face a possíveis constrangimentos no reporte eletrónico, decorrente das intempéries ocorridas esta semana”.
A DGS avança que recorreram às urgências sobretudo crianças e jovens adultos e que a proporção de casos de urgência por síndrome gripal que levaram a internamento apresentou uma tendência crescente.
Os dados agora divulgados indicam ainda que se registou uma diminuição de camas ocupadas em cuidados intensivos por covid-19, assim como de doentes admitidos nessas unidades por gripe.
Em 11 de dezembro, estavam internadas em enfermaria 507 pessoas com covid-19, menos 10% do que no mesmo dia da semana anterior, 41 dos quais em cuidados intensivos, valor corresponde a 16,1% do nível de alerta de 255 camas destas unidades ocupadas.
“Apesar da diminuição do número de internamentos observada em enfermaria por vírus sincicial respiratório (VSR) em menores de 2 anos de idade, estes valores mantêm-se elevados”, alerta a direção-geral.
Quanto à mortalidade por todas as causas, a DGS refere que esteve acima do esperado para a época do ano nas regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo e no grupo etário com 85 ou mais anos, coincidindo com o aumento da incidência das infeções respiratórias observado nas últimas semanas.
Na semana em análise foram emitidos 2.769 certificados de óbito.
Já a mortalidade específica por covid-19 apresentou uma tendência crescente, mas ainda abaixo do limiar definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).
A DGS adianta que a cobertura vacinal contra a gripe está nos 72%, percentagem próxima da recomendada pelo ECDC e pela Organização Mundial da Saúde (75%) para os grupos etários com 65 ou mais anos.
Na semana de 5 a 11 de dezembro, foram administradas 182.383 doses de reforço sazonal contra a covid-19, o que representa um ritmo de 26.055 vacinas por dia.
Até 11 de dezembro, tinham sido administradas um total de 2.769.660 doses de vacinas de reforço sazonal contra o SARS-CoV-2.
Na mesma semana, 32.284 pessoas receberam a vacina contra a gripe, elevando para 2.275.845 as doses já administradas desde o início da atual campanha de vacinação sazonal.