O chefe do Estado-Maior do Exército, Eduardo Mendes Ferrão, destacou este domingo a aproximação ao mundo académico e industrial conseguida ao longo da semana na Guarda, nas celebrações do Dia do Exército.
“O Exército tem aqui um papel central que acaba por ser um elo de ligação entre várias empresas que não se conheciam. Houve aqui uma empresa da Guarda que ninguém do nosso universo conhecia, e que fabrica componentes de qualidade mundial e que interessam aos fornecedores da Defesa. Isto é um exemplo”, disse no final de uma semana de celebrações, iniciadas na terça-feira.
O representante admitiu que nas parcerias do Exército com a indústria e com a academia “as coisas têm o seu tempo e demoram o seu tempo”, mas não escondeu que, depois desta semana, há “muito interesse de vários industriais” em trabalhar com os militares.
“Fazemos pontes e temos muita gente, muitos projetos, e nesses projetos agregamos vários saberes”, defendeu.
No final das comemorações, o chefe do Estado-Maior admitiu que sai da Guarda “de alma cheia, por aquilo que o Exército conseguiu mostrar, de se dar a conhecer numa região que, se calhar, não tinha tanto conhecimento e tanto saber” sobre a vida militar.
O responsável sentiu que “o povo gosta do Exército, gostou de estar” nas celebrações ao longo da semana, já que “apareceu em massa em todos os eventos”.
“Gostou de estar connosco e penso que irá com uma perceção muito diferente daquilo que é o Exército, uma perceção mais alargada”, declarou, destacando a oportunidade de mostrar que na carreira militar “há muitas oportunidades” para os cidadãos.
“Formamos dentro de portas, por ano, cerca de cinco mil pessoas e formamos outras tantas fora. Penso que isso diz muito daquilo que é o Exército dos tempos modernos”, afirmou.
Eduardo Mendes Ferrão deixou ainda o desejo de ter o dispositivo “mais alargado na zona da raia”, depois de o Exército ter perdido todos os quartéis em localidades perto da fronteira com Espanha, entre 1970 e 1980.
“Mas estamos muito perto das pessoas. É uma coisa que para mim é gratificante. […] O Exército está sempre presente no território, está sempre presente a ajudar as pessoas e as instituições e, sobretudo, temos uma característica: compreendemos o sentir do interior”, destacou.
O Dia do Exército assinala-se em 24 de outubro. No sábado e domingo, as iniciativas na Guarda contaram com a presença do ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo.