“Queremos fechar o ano em beleza e nada melhor do que termos uma amiga para o fazer”, afirmou o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Raúl Martins, referindo-se à anterior secretária de Estado do Turismo (SET), Ana Mendes Godinho. A declaração surgiu no último almoço de associados da AHP em que a atual ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social foi distinguida com o “Prémio AHP 2019”. O almoço decorreu na passada sexta-feira, dia 13 de dezembro, no Altis Grand Hotel, em Lisboa.
“Uma mulher de ação e imparável”, disse o presidente da AHP, louvando todo o trabalho de Ana Mendes Godinho, nos últimos quatro anos. “Um trabalho conjunto e incansável” com as “associações empresariais e empresas hoteleiras” e com as “instituições de ensino e demais stakeholders da indústria”, descreve, acrescentando o “estabelecimento permanente de pontes de diálogo e parceria” entre o “setor público e privado” e entre o “turismo e outras áreas de governo”. Para Raúl Martins não restam dúvidas de que o “trabalho em conjunto” foram determinantes para se conseguir afirmar: “Hoje, Portugal é um destino internacionalmente conhecido e reconhecido”.
Parceria foi a “palavra-chave” dos últimos anos
“Foram os quatro anos profissionais mais fantásticos da minha vida”, começa por realçar Ana Mendes Godinho, agradecendo ao Turismo tudo aquilo que aprendeu e cresceu. Desta aprendizagem tira várias lições: “Não há mesmo impossíveis”, destacando que com a “mobilização de pessoas é possível quebrar barreiras e fronteira”, tal como o Turismo o faz. Com objetivos alinhados e em permanente parceria – “palavra-chave” dos últimos anos – a atual ministra indica que foi possível afirmar o Turismo como área de “criação de emprego”, que se “alargou como atividade económica” do país e com “sustentabilidade” ao longo do ano todo. O Turismo foi o “embaixador” do “posicionamento” internacional de Portugal, enaltece.
Desde o momento “zero” do mandato, Ana Mendes Godinho recorda o grande repto: “Onde quer que se fale no mundo de Turismo as pessoas têm de pensar em Portugal”. A partir desse momento foi “tudo feito em torno desse desafio”, alargando a outros como a “inovação, coesão territorial, ou trabalhadores qualificados”, acrescenta. Todas as vitórias conquistadas devem-se sobretudo, ao “estar presente no território”, sendo um “fator decisivo” nesta missão.
Posicionar Portugal como melhor destino para viver e trabalhar
Enquanto ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho diz que a missão é comum à do Turismo, ambicionando posicionar Portugal como “melhor destino para viver e para trabalhar”. Para tal, a responsável considera ser fundamental existir “capacidade para se perceber” que é preciso “trabalhar em várias áreas de intervenção”, de forma a obterem-se “resultados holísticos” que permitam às empresas “continuar a crescer”. Como prioridades, a responsável assumiu duas principais: a primeira, “reter as pessoas cá” e a segunda “atrair novas pessoas para cá”. Em ambas, os desafios são vários, começando pelos “demográficos”, desde a “natalidade, o envelhecimento da população ou em captar recursos humanos qualificados”, exemplifica. Ana Mendes Godinho considera imperativo trabalhar em várias dimensões, desde a “qualificação das pessoas, valorização geral de quem cá trabalha”, a par da “necessidade de as empresas conseguirem aumentar a produtividade e a competitividade”. Outra prioridade é a questão dos vistos. “Temos muito entraves na legalização das pessoas que querem vir para cá trabalhar e que já cá estão”, afirma, revelando que, muito em breve, haverá uma “otimização drástica e radical no processo dos vistos do trabalho”, assim como a “possibilidade da inscrição rápida dos estrangeiros em Portugal na Segurança Social”. Para a responsável, a Segurança Social “deve ser um parceiro de vida dos cidadãos e não um obstáculo”.
“Que a dinâmica do Turismo continue”, declara a responsável, garantindo “estar ao serviço” de todos os “players” do Turismo, nesta missão que é de “todos”. Às empresas do setor, Ana Mendes Godinho deixou um último repto, pedindo a todos que enviem “sugestões” sobre aquilo que possam ser “medidas de simplificação” da “relação Estado-empresa, empresas-cidadãos ou medidas transversais”. Para tal, “criei uma caixa de correio gerida por mim”, refere, desejando que as empresas do setor fossem as “grandes impulsionadoras das medidas” daquilo que vai sendo implementado para “responder a estas disfunções que geram entropias” e, que para as quais, “temos que dedicar tempo”.