Retoma do termalismo está a consolidar-se em 2015

A presidente da Associação das Termas de Portugal disse hoje que os dados do primeiro trimestre de 2015 indicam que a retoma do termalismo “está a consolidar-se”, registando-se um crescimento de clientes na ordem dos 55 por cento.

“À semelhança do que aconteceu com outras atividades, 2014 foi claramente um ano em que as termas começaram a sentir alguma retoma. É com muito agrado que os primeiros resultados de 2015, desta feita do primeiro trimestre, reforçam que esta retoma se está a consolidar, apresentando um crescimento significativo de clientes na ordem dos 55 por cento”, revelou Teresa Vieira à agência Lusa.

De acordo com a responsável, este aumento de clientes acontece tanto na área do bem-estar, mais dedicada à prevenção e promoção de saúde, como na área do termalismo terapêutico.

“Estamos a falar de um primeiro trimestre, quando ainda existem balneários encerrados, porque esta é uma atividade com forte cariz sazonal em alguns balneários, mas acaba por ser um trimestre que serve um bocadinho de barómetro e já sentimos a evolução. É natural que, em próximos trimestres, este número possa descer alguma coisa dos 55 por cento, mas esta amostra revela dados claros de crescimento”, acrescentou.

Estes sinais de retoma surgem a poucos dias da realização do VIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica, que terá lugar nas Termas de S. Pedro do Sul, de quinta-feira a sábado.

Sob o tema “Juntos com as Universidades”, este evento de três dias tem por objetivo debater os progressos da hidrologia médica nacional e apoiar a formação especializada junto dos cursos de medicina.

“Este congresso cai no momento certo, com um lema que entende o setor e em que cada vez mais importa efetivar a investigação que já é feita e que queremos que seja ainda mais potenciada e trabalhada neste novo quadro comunitário ao nível da investigação associada à atividade termal, à utilização da água mineral natural, à credibilização médica com estudos médico científicos que comprovem mais do que a adequação das águas para o tratamento de determinadas vocações terapêuticas para doenças em específico, indo cada vez mais ao pormenor e potenciando cada vez mais a utilização deste recurso endógeno para questões de saúde”, destacou.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica, Pedro Cantista, referiu que o VIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica vai contar com dezenas de palestrantes e intervenientes, estando previstas cerca de quatro dezenas de comunicações.

“Temos um programa muito vasto, abrangente e muito atrativo, com grande presença universitária. Uma das novidades consiste em apresentar as 20 teses de pós-graduação do curso de Hidrologia Médica, que pela primeira vez se realiza na Universidade da Beira Interior (UBI)”, informou.

Pedro Cantista realçou ainda a presença de destacadas figuras universitárias, depois de ter ocorrido “um certo afastamento das universidades em relação ao ensino da hidrologia médica”.

“Com isto pretendemos promover a ligação à investigação científica, o retomar do papel formador das universidades, o dar as mãos entre a geologia médica e a hidrogeologia. Teremos também comunicações livres, ‘workshops’ formativos e homenagens a algumas figuras que tiveram um papel muito importante no termalismo português”, concluiu.


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