Reforma do Estado vai retirar 1.300 milhões ao PIB

A previsão é do Banco de Portugal, que pela primeira vez avança um cenário de projeção alternativo ao oficial. No próximo ano, a previsão oficial do Banco de Portugal (BdP) para a economia portuguesa é de um crescimento de 1,1%, de acordo com o Boletim Económico de Primavera, hoje divulgado. No entanto, a projecção não […]

A previsão é do Banco de Portugal, que pela primeira vez avança um cenário de projeção alternativo ao oficial.
No próximo ano, a previsão oficial do Banco de Portugal (BdP) para a economia portuguesa é de um crescimento de 1,1%, de acordo com o Boletim Económico de Primavera, hoje divulgado. No entanto, a projecção não incorpora o impacto da reforma do Estado na atividade económica, por esta ainda não ter sido apresentada pelo Governo, desconhecendo-se o detalhe das medidas a aplicar. Mas, como o corte de quatro mil milhões vai mesmo avançar, o BdP avança hoje, pela primeira vez, um cenário com pressupostos orçamentais alterantivos ao da previsão oficial. E, nesse cenário, o BdP estima que em 2014 serão aplicadas medidas no valor de 1,5% do PIB, ou seja, cerca de 2.400 milhões de euros, no âmbito da reforma do Estado. E essa austeridade adicional vai custar à economia cerca de 1.300 milhões de euros. Ou seja, as medidas vão levar o PIB a crescer apenas 0,3% – o que na práctica representa uma estagnação -, menos oito décimas do que a previsão oficial. O BdP recorda que, para a construção deste cenário, teve de assumir um conjunto de pressupostos que podem na realidade vir a ser algo diferentes. O supervisor considerou que, dos 2.400 milhões de euros de cortes, «cerca de 50% se traduziria numa redução das despesas com pessoal e o restante numa redução das despesas com prestações sociais, incluindo pensões». «Sublinhe-se que os pressupostos assumidos quanto à repartição da despesa afectam significativamente os resultados apresentados para 2014», avisa o relatório.

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